Existe uma idade mínima para se tornar um herói? Para muitos jogadores, é uma oportunidade que pode demorar bastante tempo. Difícil é ser o principal nome em uma Copa do Brasil, defendendo dois pênaltis e levar a sua equipe para a final. Mais ainda é ter 15 anos e brilhar na categoria Sub-17. É o caso de Marcelo Pitalunga, o jovem goleiro que se tornou xodó da torcida após brilhar contra o Palmeiras, nesta quarta-feira.
- Foi uma partida maravilhosa. Não conseguimos o resultado no tempo normal, mas o time fez uma grande partida. É claro, sempre tentamos manter o pé no chão e a humildade. Torcida nos apoiando, vai ficar para sempre na minha memória. É fenomenal [ser chamado de melhor goleiro do Brasil], agradeço muito o apoio da torcida, foram fundamentais para buscar a virada - declarou o goleiro ao LANCE!.
A história de Marcelo é marcada pela rápida ascensão. Goleiro de futsal aos sete anos, estava no Vasco até a comissão técnica se transferir ao Fluminense - o que o levou para o Tricolor. Um ano depois, migrou para o campo para atuar no sub-9 de Xerém. Nascido em Niterói, é conhecido pela tranquilidade e foco. Mantém os estudos em um colégio conveniado ao Fluminense e garante que a experiência com os mais velhos é positiva.
- A gente convive sempre com o pessoal mais velho, mas é muito bom, muito tranquilo. Me mantenho focado e muito feliz. É claro, mais novo jogando categoria acima é um motivo a mais para permanecer focado e lutar pelo meu espaço. Tenho uma história legal que ano passado conseguimos ser campeões da Taça Guanabara e Rio após uma sequencia sem títulos - declarou o goleiro.
Marcelo é tratado como uma joia em Xerém. A boa estatura (1,90m) é um dos motivos que o leva a ser tratado como um dos goleiros mais promissores da base. Mesmo com a pouca idade, desponta pela habilidade e pega conselhos com os arqueiros do profissional. Os próprios são as suas inspirações.
- Minhas inspirações são os goleiros do profissional. São as minhas inspirações, sem dúvidas. Todos. Cada um tem um pouquinho de qualidade, a gente busca pegar o que cada um tem de melhor e adaptar. É treinar com eles, aprender e tentar levar um pouco para os jogos.
Não à toa, Marcelo já treinou com os profissionais. No início do ano, foi chamado para treinar com o elenco na Flórida Cup, após Pedro Paulo se lesionar. Destaque no título carioca do sub-15 em final contra o Flamengo, precisou de de uma autorização dos pais para viajar com o Fluminense. Experiência que ele recorda com carinho.
- Aprendi mais da parte técnica, parte mental, estar sempre ligado no jogo,. O Júlio me ensinou muito, é um goleiro experiente. Por exemplo, se ocorrer uma briga, se cometer uma falha, o que fazer depois. Sempre mantive pé no chão, sempre vou manter, é ter cabeça e tranquilidade. Quero chegar na Seleção Brasileira e uma Copa do Mundo. É o sonho que todos têm.