Mário garante convicção em Marcão até o fim da temporada; Fluminense começará o Carioca com o Sub-23

Em longa entrevista coletiva, presidente ainda explicou como anda o planejamento para a próxima temporada e avaliação sobre a nova comissão até o momento

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Em longa entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, o presidente Mário Bittencourt reforçou a confiança do Fluminense no trabalho do técnico Marcão e de toda comissão técnica permanente, mesmo com uma vitória em cinco partidas. O mandatário voltou a falar com a imprensa após quatro meses e defendeu a escolha da diretoria pelo ídolo tricolor, que também assumiu o time em 2019, quando a equipe vivia situação delicada no Campeonato Brasileiro. Por orientação da assessoria de imprensa do Flu, os temas da entrevista foram previamente definidos como "o futebol e as finanças do clube".

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- A opção pela comissão permanente é um projeto nosso que, em 2019, depois de dois treinadores, fizemos a opção. Não tenho a filosofia de tirar os treinadores, acho importante deixar os trabalhos se concluírem. Como o Odair não ficou, usamos o mesmo método de 2019. Quando fizemos a opção pelo Marcão, acho que estávamos em 16º ou 17º e com aproveitamento baixo. Fizemos a opção na luta contra o rebaixamento e nos entregaram 53%. Vencemos três, empatamos um e ficamos cinco rodadas sem vencer. Mas no final nos livramos do rebaixamento. Eles já conheciam o trabalho e entendemos que para buscar um treinador neste momento talvez não trouxéssemos o nome que a gente tinha convicção. Talvez alguns não aceitassem pegar o trabalho no meio e porque tivemos um excelente resultado em 2019 - disse Mário.

- Se tivermos 50% de aproveitamento até o final, certamente conseguiremos alcançar nossa vaga na Libertadores. Pode dar certo ou errado, mas foi com convicção, segue com convicção. Foi nesse período do primeiro turno que tivemos dificuldade. Ainda com o Odair começamos o returno pior do que o turno. Isso não afasta a derrota horrível que tivemos na quarta. Em nenhum momento perdemos por mais de dois gols de diferença. Estamos fazendo reuniões internas e nos cobrando. Temos que encontrar os erros. Aqui quando erra um, erra todo mundo. Vamos seguir o trabalho com o que planejamos de manter a comissão e ao longo do restante do campeonato vamos avaliar. Isso é conversado com a comissão. É um trabalho que desenvolvemos e podemos, ao início da temporada 2021, fazer a opção por iniciar um trabalho longo com outro treinador ou mantê-los. Mas eles sabem que fazem parte da estrutura do clube para nos ajudar - completou.

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Marcão comandou a equipe em três partidas antes de testar positivo para Covid-19. Por isso, quem esteve à frente contra Flamengo e Corinthians foi o auxiliar técnico Ailton Ferraz. Para o presidente do Fluminense, é preciso ter paciência com a implementação do novo trabalho. O mandatário não deixou claro se, apesar de garantir a comissão até o fim do Brasileiro, o planejamento para a próxima temporada está sendo feito com a ideia de ter um novo treinador ou ainda com Marcão.

- O Odair desenvolveu um trabalho de quase 10 meses. Em que pese a manutenção do modelo, tem um novo comando com suas próprias ideias. Quando o Marcão assumiu em 2019 ele optou por manter um modelo semelhante ao do Fernando Diniz. Ele está tentando implementar algumas ideias dele no modelo do Odair. Além de tudo teve Covid-19. Colocar as ideias no campo é outra coisa. É uma covardia a cobrança que se faz aos profissionais com o tempo para desenvolver o trabalho. Leva tempo - analisou.

- Acho nosso elenco excelente, estamos fazendo um campeonato regular, mas temos muitos jogadores jovens subindo. Tivemos uma troca de treinador que não foi responsabilidade nossa, vários jogadores que tiveram Covid-19. Em um elenco com capacidade reduzida, sei da minha responsabilidade, então tento dar tempo para que as pessoas desenvolvam o trabalho. No primeiro turno tentaram instaurar uma crise aqui. Vamos tentar recuperar novamente agora. Enquanto o Odair esteve aqui ele foi alvo de críticas duríssimas. Não vamos mudar o nosso norte e o planejamento. Se estamos certos ou errados, respeito as opiniões, mas tem que entender o que foi pensado. Se acharmos que não deu certo, vamos refazer o planejamento - afirmou o mandatário.

CARIOCA COM O TIME SUB-23

Uma das novidades apresentadas por Mário durante a entrevista foi que, por conta do início do Campeonato Carioca poucos dias após o fim do Brasileirão, o Fluminense iniciará a campanha com a equipe Sub-23, eliminada na semifinal da competição nacional de aspirantes. Isso pode mudar caso o Flu se classifique para a pré-Libertadores, já que os jogos também serão em datas próximas.

- As competições importantes começarem em fevereiro é um desastre para os clubes sem dinheiro. O time vai se construindo ao longo da temporada. Tudo tem um lado bom e ruim. As férias de 30 dias dão mais descanso, mas os jogadores levam muito mais tempo para se adequar fisicamente. Esse ano são apenas 10 dias pós-Brasileiro, mas eles vão voltar quase em forma. É uma temporada com menos espaço. Pode nos trazer algum prejuízo por lesões, mas não vão voltar tão abaixo. O Estadual começa quatro dias depois do término deste Brasileirão. Vamos iniciar o estadual com o Sub-23 - comentou.

- Se classificar para a Libertadores será conversado para suprimir um pedaço desses 10 dias para entrar na competição. Existe uma instabilidade de calendário ainda. Acho cruel que estamos tendo que nos reinventar a cada semana. Nossos jogos foram antecipados por causa das datas dos outros clubes. Depois teremos outro período longo. Isso impacta na preparação. Um pouco antes do final do campeonato queremos começar a ter uma noção do que vamos disputar. Hoje pode ter a Copa do Brasil ou entrar só nas oitavas. Analisamos os nossos números, temos uma média de regularidade no Brasileiro. Neste momento está aquém - finalizou.

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