Com a proximidade da abertura de mais uma janela de transferências no verão europeu, o mercado da bola já começa a se agitar com especulações e conversas entre clubes. Em tempos de pandemia, o Fluminense pode ser beneficiado com a entrada de importantes receitas oriundas das vendas de três jogadores formados em Xerém: Gérson, do Flamengo, Wendel e Marcelo.
Pelas regras do mecanismo de solidariedade da Fifa, o clube formador pode ser beneficiado com um percentual do valor da negociação internacional, que varia de 0,25% até 5%, dependendo do tempo que o atleta passou no clube. A quantia é dividida pelas agremiações pelas quais o atleta atuou entre os 12 e 23 anos de idade.
Passando por uma crise financeira, agravada pela paralisação imposta pela pandemia do coronavírus, o Tricolor pode ter um alívio nas contas vindos das joias da base que atuam por outros clubes.
O meia Wendel, no Sporting (POR) desde 2018, pode estar de saída para o Napoli (ITA). Valores apontados na transação variam entre 25 e 30 milhões de euros (entre R$R$ 148 milhões e R$ 177 milhões). O Tricolor tem direito a um pequeno percentual como clube formador e 10% do lucro da transação, conforme acordado com o clube português.
Outra situação monitorada é a do lateral-esquerdo Marcelo. A permanência dele no Real Madrid é uma incógnita, depois de 13 temporadas. O Newcastle (ING) seria um dos interessados e estaria disposto a desembolsar 40 milhões de euros (cerca R$ 237 milhões). A Juventus (ITA) seria outro clube de olho no jogador, graças um pedido do amigo Cristiano Ronaldo.
No Brasil, uma possível venda de Gérson pelo Flamengo também pode beneficiar o Flu. O Rubro-Negro chegou a recusar uma oferta de 18 milhões de euros do Tottenham pelo volante, destaque nas conquistas do Brasileirão e Libertadores. O staff do meia, no entanto, vem conversando com outros interessados, como o Borussia Dortmund.
Nos últimos anos, a negociação de jogadores e os valores do mecanismo de solidariedade têm sido uma das principais fontes de recursos do Fluminense. Em 2019, ano que marcou a transição entre os mandatos de Pedro Abad e Mário Bittencourt, o clube registrou um déficit de R$ 9,3 milhões em 2019 e fechou as contas no vermelho pelo quarto ano seguido. A situação só não foi pior graças a venda de jogadores, que ficou em R$ 105,4 milhões, com as transferências de Pedro e João Pedro representando a maior parte desse valor.