O técnico Odair Hellmann voltou a citar o pouco tempo de treinamento ao analisar a derrota do Fluminense por 1 a 0 para o Flamengo, nesta quarta-feira, no Maracanã. O treinador exaltou a entrega do time mesmo com a perda do título do Campeonato Carioca, mas admitiu que a parte física acabou pesando. Mesmo com dois bons jogos na decisão da Taça Rio e no último domingo, o Tricolor não conseguiu repetir as boas atuações.
- No primeiro tempo o Flamengo teve mais posse, mas encaixamos bem a marcação, tirando os espaços. A chance mais clara acho que foi nossa, com o Marcos Paulo. Sentimos um pouco já no primeiro tempo o ritmo e a sequência. Mas nos fortalecemos e criamos as oportunidades com a nossa estratégia. No segundo tempo estabilizamos novamente, adiantamos a marcação, subimos. Mantivemos o jogo de buscar o resultado. Claro que cada vez mais nos expondo e desgastando. O que fizemos nesses três jogos tenho que aplaudir de pé e agradecer aos jogadores - avaliou Odair.
- Enfrentamos uma das melhores equipes da América, se não a melhor. Com mais tempo de trabalho e nós com oito dias de treino, seis jogos em 15 dias. Demos a resposta. Jogamos não só de igual para igual, mas melhor em muitos momentos. No nosso melhor momento eles marcaram no contra-ataque. Acabou saindo o gol aos 50 do segundo tempo, com todos já sem força e cansados. Quando digo isso não é porque nossa preparação física é ruim. Nossos profissionais são de altíssimo nível. Tivemos quase zero índice de lesão. A perna pesou. Quando pesa a cabeça já não pensa mais com tanta tranquilidade. Acabamos não conseguindo desenvolver todos os lances de posse e de ataque. Tenho certeza que se tivéssemos mais condições de treinamento não perderíamos esse jogo de hoje - completou.
O Fluminense termina a competição com o segundo melhor ataque, com 27 gols marcados. Foram 16 jogos, oito vitórias, três empates e cinco derrotas. Agora, a equipe deve ter folga nos próximos dias antes de iniciar a preparação para o Campeonato Brasileiro. O Flu estreia no dia 8 de agosto, contra o Grêmio.
- Não só o físico, mas o mental também pesou mais nesse jogo de hoje. Por mais que estivéssemos bem, tirando as ações ofensivas do Flamengo e escapando com velocidade e achando espaços, teve um momento que eu olhei para o campo e visualizava os jogadores fazendo movimentos já com a perna mais lenta. Aí o jogo baixou de intensidade. Conseguimos recuperar e manter o ritmo para que o resultado se mantivesse aberto. Ficou aberto até os 50 do segundo tempo. Cada jogo que foi passando foi dificultando para nós nesse aspecto mental e físico. Isso tudo atrapalha. Mas saímos mais fortes individualmente, como time, como ideia de jogo, como confiança. Precisamos urgentemente descansar os jogadores. Limpar a mente e o corpo. Eles passaram do limite - finalizou.