Ano novo e erros antigos. Assim pode-se definir esse início de Campeonato Carioca para o Fluminense. Novamente, o Tricolor passou por maus bocados na defesa e sofreu três gols de um adversário mais fraco na competição. A dupla de zaga, composta por Marlon e Henrique, foi mal demais. Assim como Giovanni. O lado esquerdo da defesa foi muito explorado pelo Madureira. Tanto que o adversário marcou dois gols pelo setor. Mas a culpa não é única e exclusiva deles. Faltou cobertura, compactação... o sistema defensivo, que vai desde os meias até o goleiro, não funcionou. E o Flu pagou o preço.
Eduardo Baptista tenta repetir no Fluminense o mesmo esquema que fez o Sport ser candidato a G-4 no início do Brasileirão do ano passado. Com a bola, um 4-5-1 com Danielzinho na esquerda, Gustavo Scarpa na direita e Diego Souza no centro da linha dos meias. Sem ela, os dois primeiros recuam e formam uma linha de quatro com os volantes. Desta forma, Fred e Diego Souza ficam na frente e com menor responsabilidade de marcação.
O problema é que o time não apresenta, de longe, a mesma compactação que aquele Sport. As duas linhas de quatro não se aproximam e deixam o time espaçado. Fora a característica individual de cada jogador: Cícero, por exemplo, adiciona muito em qualidade na saída de bola da defesa. Mas não é um volante de boa recomposição defensiva. Os meias que recuam - Scarpa e Danielzinho - sofrem para alternar entre ataque e defesa. Compactação - termo que está em evidência no futebol atual - não é algo que se consegue rápido. Depende de muito trabalho e, principalmente, tempo para implementar tal filosofia.
Isso tudo somado ao início ruim de temporada de Henrique, contratado a peso de ouro depois de uma disputa com o rival Flamengo. Dois jogos para se esquecer e muito no que evoluir. Com passagem por Europa e Seleção, Henrique ainda será importante para o Fluminense. Mas não pode ser queimado. A falta de ritmo de jogo pesa e a torcida precisa ser compreensiva.
O ponto positivo fica por conta de Fred. Mais três gols e um início de ano fulminante. São seis gols nos quatro jogos oficiais da temporada - três do Carioca e um da Primeira Liga. Os anos passam mas o artilheiro continua decidindo e escrevendo seu nome na história do Fluminense. Mas, para que o clube possa almejar o ''algo mais'' na temporada, o time precisa seguir a crescente do capitão.