Começo esse texto parafraseando Abel Braga, um dos maiores treinadores da história do Fluminense: 'Foi lindo'. Não somente pela catarse do gol 199 contra o Corinthians ou pela tarde/noite de homenagens na vitória contra o Ceará.
Desde que Fred jogou seu coração pela primeira vez, naquela tarde de 15 de março de 2009 contra o Macaé, passando pelos títulos brasileiros de 2010 e 2012 e encerrando com o título carioca de 2022. Foi lindo. Foi lindo porque a relação entre Fred e Fluminense é recíproca, e diria até que foi um caso de amor à primeira vista. E neste caso eu falo por mim.
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Eu era um adolescente quando Fred chegou ao Fluminense em 2009. Fui conquistado logo nos dois primeiros gols dos 199. Cresci vendo Fred vestir o verde, branco e grená. Não foi difícil criar identificação e idolatria. Para mim, Fred sempre foi sinônimo de Fluminense, principalmente em uma época onde o clube precisava ter um jogador para ter essa identificação com os torcedores.
Foi lindo viver o sentimento de ter um jogador dentro de campo que representava a torcida. Perdi a conta de quantas vezes fui ao Maracanã ou ao Nilton Santos para ver o Fluminense e que saí realizado por ter gritado o nome de um ídolo. Cantar "O Fred vai te pegar" virou um mantra.
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Particularmente, o grande momento de Fred pelo Fluminense no meu coração é o gol marcado contra o Palmeiras, no jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil de 2015. Um jogo onde Fred não tinha condições de ficar de pé, muito menos de jogar. E ele foi lá e marcou um dos gols que mais comemorei na vida. Na minha opinião, seu gol mais marcante, até mais que o gol contra o próprio Palmeiras em 2012. Foi naquele momento em que eu chorei. Chorei de alegria. Chorei de emoção. Chorei por ver Fred chorar em campo.
Em seu retorno ao Fluminense, Fred me fez chorar novamente. Durante o período de jogos sem torcida, a cada gol marcado eu me emocionava. Sabia que faltava pouco para o fim. E quando finalmente voltei ao Maracanã no fim de 2021, me emocionei com os gols marcados contra América-MG e Internacional. Chorei no gol da virada contra o Vila Nova na Copa do Brasil em abril, seu penúltimo gol pelo clube e por ironia do destino, não estive presente no último.
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Mesmo assim, foi lindo comparecer ao Maracanã neste 9 de julho. Foi lindo ver meu maior ídolo entrar em campo e ter seus últimos minutos. Foi lindo viver um momento especial. Foi lindo cantar "O Fred vai te pegar" pela última vez. Me recuso a dizer que me despedi de um ídolo. Não existe despedida para quem é eterno. Fred agora é um dos nossos. Fred é Fluminense. Fluminense é Fred.
Pouco mais de 13 anos depois, posso dizer que Fred superou todas as expectativas que criei quando era um adolescente. Eu nunca pensei que veria a história acontecer diante dos meus olhos. Nunca imaginei que presenciaria a criação de um dos maiores ídolos do meu clube de coração.
Eu falarei para os meus filhos que vi Fred. Fui testemunha de grandes momentos. Só tenho a agradecer por tudo que vivi. Pelos 199 gols. Pelos títulos. Você é eterno, capitão. Obrigado por tudo!