Paz e isolamento? No Flu, Abad remonta cúpula com correligionários
Após saídas de nomes grupo político que rompeu com atual gestão, presidente do Flu indica nomes que podem dar mais paz ao dia a dia, mas que isola FluSócio
No dito popular, quando se diz que uma atitude é uma "faca de dois gumes" é para apontar que traz boa expectativa, mas pode ser prejudicial. Essa é, mais ou menos, a leitura das ações do presidente Pedro Abad nos últimos dias. O mandatário do Fluminense começou a indicar novos nomes às vice-presidências que ficaram vagas, mas, ao mesmo tempo que ganha mais tranquilidade no conturbado bastidor tricolor, indica um isolamento ainda maior do grupo político do qual é integrante.
As mudanças de peça começaram em maio, com a debandada da "Unido e Forte", grupo político que apoiava Abad, mas rompeu com a atual gestão. À época, cinco vice-presidentes renunciaram aos respectivos cargos e passaram a compor a oposição: Cacá Cardoso, vice-presidente Geral; Diogo Bueno, Finanças; Michel Pachá, Interesses Legais; Idel Halfen, Marketing; e Sandor Hagen, Governança.
Até o momento, Abad indicou nomes para duas destas pastas, Marco Aurélio para Finanças e Daniel Kalume para Interesse Legais, ambos pertencentes à FluSócio, grupo ao qual o mandatário faz parte.
Desta forma, com correligionários ao lado, a pressão sobre o presidente no dia a dia tende a diminuir. Porém, a FluSócio vai se isolando no comando do clube, o que pode ter consequências no futuro. Principalmente se for levar em consideração que, paralelamente a isso tudo, há uma movimentação em prol do impeachment de Abad e a oposição já conseguiu as 50 assinaturas mínimas necessárias - de acordo com o estatuto - para que o processo possa ser levado à frente.
Essa lista, inclusive, tem gerado insatisfação dentro da própria oposição. Grupos políticos que endossaram o movimento não gostaram do fato de o documento não ter sido protocolada no Conselho Deliberativo na reunião do último dia 4. Isso, inclusive, ainda não aconteceu, o que leva a acusações de que a "Unido e Forte", que encabeçou a ação, estaria querendo apenas pressionar Abad por uma renúncia (o que levaria o presidente do Conselho Deliberativo, Fernando Leite, membro da "Unido e Forte", à presidência) ou um retorno à gestão em bases melhores.