Reconstrução em ‘mais três ou quatro anos’, sócio, feminino, Laranjeiras: Mário detalha passos do Fluminense
Presidente deu longa entrevista coletiva e falou sobre assuntos de interesse da torcida na projeção de 2022 do Tricolor
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O Fluminense está se movimentando no mercado e tem sete reforços confirmados para a próxima temporada. Fora das quatro linhas, esse investimento é um reflexo da fase financeira que vive o clube. Apesar de ainda ter altas dívidas, o Tricolor tem conseguido se equilibrar e se a projeção inicial do presidente Mário Bittencourt era de equacionar em nove anos, agora ele acredita precisar de mais três ou quatro (somando sete desde o início do mandato em 2019).
- Com pagamento das dívidas abrindo mais fluxo, a cada ano estamos fazendo um ajuste fino, mas sem loucuras. Apesar das boas contratações do ponto de vista de histórico e nomes, obviamente tivemos saídas no elenco e estamos fazendo encaixes, com reajustes, sim. Um reajuste gradativo. As finanças do clube seguem controladas, precisam seguir controladas, mas tivemos muitos avanços em outras áreas. Perspectiva é de aumento de faturamento para 2022. Recentemente eu disse que a reconstrução seria em nove anos. Mas, diante das melhorias, acho que podemos reduzir isso para mais uns três ou quatro anos, totalizando sete. Vamos estar 100% equacionados - disse.
O mandatário concedeu entrevista coletiva no CT Carlos Castilho nesta sexta-feira e falou sobre a situação no mercado, a contratação de Cristiano, pagamento de salários e diversos outros tópicos. Mário afirmou que o orçamento para 2022, que será divulgado em breve, terá metas mais ousadas pela primeira vez desde que assumiu a presidência em junho de 2019. Vale lembrar que ao final deste ano haverá nova eleição.
- A gente conseguiu ter um superávit depois de muitos anos de balancete. Não estamos falando de caixa, estamos falando de superávit, não de regime contábil. O clube tem uma divida de R$ 700 milhões, a gente pagou R$ 150, 170 milhões de dívida, mais os juros. O que a gente fez foi controlar o crescimento, e conseguiu vir pagando ela. Isso fez que com que operacionalmente tivesse superávit contábil no terceiro trimestre de 2021. O clube tem faturamento. O orçamento de 2022 será publicado em breve, com previsão de lucro contábil de R$ 20 milhões, com projeção de aumento de receitas considerável. Depois de muitos anos, a gente consegue ter uma projeção e um planejamento de lucro de R$ 20 milhões - explicou.
- Para que o público entenda, às vezes escuto argumentos: "como clube pode estar melhorando o time sem ter pago todas as dívidas do passado?". Todos os clubes têm dividas, há um trabalho de inteligência financeira de receitas, gestão do passivo, montar time e assim por diante. Por isso reconstrução vai demorar alguns poucos anos, mas se continuar dessa forma vamos ter em três ou quatro anos, no mais tardar cinco, um clube equacionado totalmente. Sem penhoras, bloqueios, dívidas na Fifa. E a cada dia aumentando o investimento no time - completou.
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O Fluminense vem aumentando gradativamente os investimentos na folha salarial do futebol. Para 2022, nomes como Felipe Melo, Willian, Nathan e Germán Cano ajudam a deixar os gastos maiores, mas algumas saídas aliviaram o caixa. Mário Bittencourt acredita que, seguindo como está, o Tricolor poderá disputar com os times de maiores salários em pouco tempo.
- Acredito que, com a folha que tem hoje em 2022, ter uma folha 30% a 40% maior mais à frente, em três ou quatro anos, para o futebol brasileiro não é algo muito fora dos comum. Vamos, sim, disputar sempre no topo. O que eu dou de esperança é: não estamos muito distante de ter esses valores num futuro muito próximo. Por isso precisamos de vocês enchendo estádio, se tornando sócios. Esse é o caminho da reconstrução - finalizou.
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FEMININO
- O futebol feminino é importante para o Brasil. Gostamos de ter aqui e fizemos vários investimentos. Quando chegamos o time estava isolado e em condições precárias. Integramos a Xerém e o novo prédio que será construído terá o departamento feminino. O futebol feminino é uma obrigatoriedade, acho justo e correto. Os mesmos órgãos que nos impõe, não nos dão incentivos. Profissionalizar algo que quem nos obriga a ter não trata como profissional nos traz dificuldades. O universo desse segmento não é profissional, somos obrigados a manter. Fizemos um grande investimento ao longo de um ano, pagamos as bolsas, como pagamos para os meninos de Xerém. Tentamos, os campeonatos não são transmitidos e fazemos pela FluTV para chamar investidores. Os campeonatos da base masculina são transmitidos, por exemplo, quando a televisão coloca o jogo à noite, a CBF não nos paga quando precisamos bancar a iluminação do estádio.
- Temos custos que não são suportados por nada além do nosso caixa. Nossa dificuldade para profissionalizar o segmento é porque não é profissional. Nos clubes com condição financeira maior estão pagando salários, fazendo investimento. Tem jogadora que ganhava bolsa de R$ 800 aqui e foram ganhar R$ 10 mil, R$ 15 mil. Não temos como competir neste momento. Com todas as dificuldades, tivemos uma grande evolução e montamos bons times. Temos profissionais qualificados, damos estrutura e acredito que quem está lá está satisfeito. Quem sai sai por questões financeiras que não podemos pagar. Vou sempre aos jogos com as minhas filhas, vamos sempre tratar com todas dignidade, respeito e carinho, mas precisamos que as empresas e as entidades organizadoras nos ajudem financeiramente para fomentar ainda mais o futebol das mulheres.
LARANJEIRAS
- Temos para 2022 o projeto de restauração de Laranjeiras, aprovado pela lei de incentivo, para voltarmos a ter quatro ou cinco jogos a partir de 2023. A ideia é que a restauração comece em 2022. Mas se o público estiver liberado, vamos abrir gratuitamente para ver os jogos da base. Estando liberado vamos fazer também alguns treinos em Laranjeiras para a torcida ter acesso aos jogadores. Pagamento de ingresso só a partir de 2023. O projeto está aprovado e a verba vai entrar agora.
JOGO DA LIBERTADORES
- A princípio São Januário. Digo isso porque é tratado por outro departamento. Escolhemos lá e está tudo ok. Qualquer estádio que jogarmos vamos pagar. Somos adversários no campo, mas não somos inimigos fora. O Vasco está cobrando aluguel, se tiver qualquer problema temos que pagar o prejuízo. Vamos jogar a maioria dos jogos na Ilha. É um investimento no Maracanã pelo excelente gramado, tinha que ser feito. Somos um clube que não fica criando brigas. Nossa torcida vai lotar e vamos conseguir a classificação.
CT CARLOS CASTILHO
No CT fizemos o campo 3, comercialmente colocamos as placas publicitárias, inauguramos outras salas, equipamentos novos. Em fisioterapia e fisiologia o Fluminense não perde para nenhum clube no Brasil. Fizemos o vestiário para o sub-23, quando não tem treino é usado para visitantes. Iniciamos conversa com a prefeitura e em 2022 deve começar a construção da rua de acesso. Os profissionais já estiveram aqui e o projeto está em andamento. O Fluminense vem contribuindo dia a dia para andar. O muro do CT não existia no projeto inicial, mas entendemos que é fundamental por proteção, segurança e questões técnicas. Temos dificuldade de irrigação porque o vento prejudica. A partir de janeiro começamos essa construção e a previsão é que entre abril e maio tenha tudo pronto.
PROGRAMA DE SÓCIOS
- Até o final de janeiro o lançamento dos novos planos. A plataforma está ficando pronta. Não estamos chamando de plano de pontos, mas experiências ao torcedor. Uma delas é vir ao CT ver treinos, estamos montando uma área para receber os sócios. Não podem ser cinco mil de uma vez, mas será uma área que obtendo pontos pode passar um dia, ver treino e conhecer o CT. Terão outras mais ou tão interessantes quanto essa.
- Agradeço ao torcedor. Em julho de 2019 tínhamos 13 mil sócios e hoje temos mais de 32,7 mil. É fantástico, agradeço ao torcedor por amar e acreditar no trabalho que estamos fazendo. Já voltamos a ser um clube da prateleira de cima, que disputa na parte de cima da tabela, avançamos nas competições e esperamos que em 2022 isso se repita e se transforme em títulos. Tivemos uma arrecadação recorde e é tudo destinado ao futebol. Se chegarmos a 40, 50, 60 mil teremos um time totalmente vinculado ao programa.
PÚBLICO NO ESTÁDIO
- Durante toda pandemia cumprimos integralmente a determinação dos órgãos competentes. O que ouvimos falar até agora é que o sambódromo terá carnaval normalmente porque tem a possibilidade do controle do passaporte de vacina. A regra é a mesma para os estádios, não falaram nada diferente. Nós fomos criticados no retorno do público, mas cumprimos integralmente os decretos da prefeitura, que eram bons. Qualquer coisa que a gente faça será cumprindo o que a área de saúde e os governos falarem. As regras devem ser as mesmas do carnaval. Jogamos dia 23 e o desfile é 26, o jogo seguinte é logo depois. A regra usada lá será a mesma de São Januário.
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