Renovações, ‘time competitivo’, Angioni, Wellington… Mário analisa momento do futebol no Fluminense

Presidente falou, em entrevista coletiva, sobre os assuntos ligados ao time e explicou, entre outros, a saída de Roger Machado e a decisão por renovar com Matheus Ferraz

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Em longa entrevista coletiva no CT nesta sexta-feira, o presidente Mário Bittencourt falou sobre diversos assuntos. Entre eles o desempenho e a situação do futebol do Fluminense, eliminado na última quarta-feira da Copa do Brasil. Com o fim da temporada se aproximando, um dos temas mais fortes é a renovação dos contratos e montagem do elenco.

O dirigente afirmou que o clube não vai tratar sobre isso neste momento porque entende que precisa aguardar e saber o que disputará no próximo ano. Veja os atletas que ficam sem vínculo em dezembro, exceto por Nene, que saiu para o Vasco no início da semana.

- Setembro é conhecido como o mês "triângulo das bermudas" do futebol por conta das lesões e alguns jogadores que estão em fim de contrato e procuram organizar o futuro. Os clubes têm dificuldades nesse período porque a gente já começa a pensar no ano seguinte, mas ainda tenho 18 rodadas do campeonato para me classificar e preciso de todos os jogadores do elenco. Exceto em casos específicos, só vamos discutir renovação a partir de dezembro de 2021 - disse.

- Se acontecer uma questão pontual ou inversa, ou seja, se alguém procurar um jogador nosso em final de contrato e nossa comissão técnica entender que é importante para o ano que vem, iniciaremos um processo de renovação. Por enquanto a regra é essa, só falamos de renovação no final da temporada, como aconteceu no caso do Nene e do Matheus Ferraz - completou.

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Eliminado nas quartas de final da Libertadores e da Copa do Brasil, o Fluminense agora fica com o único objetivo de voltar à competição continental na próxima temporada através do Campeonato Brasileiro. O Tricolor ocupa a sétima posição e tenta se estabilizar para disputar na parte de cima da tabela. Para Mário, as eliminações foram frustrantes, mas mostram que a equipe e o clube estão em evolução.

- Temos um time competitivo. Um time com poucos recursos precisa competir. Foi o que entendi em 2019, quando jogamos um ótimo futebol, gosto do futebol e do treinador, que virou um amigo, mas percebi ali que nosso elenco é enxuto. Usamos muitos meninos da base. Optamos por ter mais um futebol de competição para equilibrar. Todos nós temos que colocar a mão na consciência que há dois anos somos competitivos. Temos dificuldade contra times de altíssimo investimento, mas tanto no confronto com o Barcelona e do Atlético-MG tivemos a sensação de que poderíamos ter avançado. Por isso a frustração de todos. Isso existe porque mostramos que somos competitivos - avaliou.

- Quando ganhamos do River, do Cerro, quando vencemos o arquirrival mesmo com bem menos investimento, mostra que somos competitivos. O departamento de futebol tornou o time competitivo e cabe a nós colocar a cabeça no lugar para seguir disputando as competições ano que vem. Óbvio que estamos tristes. As pessoas no calor da emoção deturpam algumas coisas que os jogadores falam, quando dizem de cabeça erguida é porque segunda-feira temos outra partida importante - concluiu.

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Um dos nomes que compõe a diretoria é o diretor executivo de futebol Paulo Angioni. Discreto, o profissional praticamente não aparece na imprensa, mas é bastante questionado pela torcida pela montagem do elenco e contratações. Como não tem mais vice-presidente de futebol desde o afastamento de Celso Barros, Mário Bittencourt explicou a divisão de funções e defendeu Angioni das críticas recebidas.

- O Angioni é o diretor executivo, chega aqui, viaja com o clube, planeja o futebol. O Fluminense tem um modelo profissional. Tem o diretor remunerado, todos remunerados e não tem o vice-presidente de futebol, que é político. o Fato de não falar com a imprensa é questão nossa do dia a dia. Ele opta mais pela discrição, sempre foi assim, gostamos muito e acreditamos no trabalho. Trabalhamos muito internamente para gerar estabilidade e o Paulo traz isso. Ele é experiente. No nosso país a gente menospreza a experiência. Por isso somos estáveis. Temos um cara equilibrado, que faz o trabalho dele. Eu atuo em todas as frentes, não estou acumulando cargo, no momento final respondo pelo clube. Estou com olho em todos os departamentos. Estamos fazendo um trabalho de estabilidade - explicou.

Presidente fala de contratos do Flu (Foto: Lucas Merçon/Fluminense)

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MATHEUS FERRAZ


O jogador foi procurado pela Chapecoense e outros dois clubes da Série A. Em 2014, quando fui vice-presidente do departamento de futebol, eu ouvia que zagueiro se você tem seis, tem cinco, se tem quatro não tem nenhum. Porque se machucam muito e ficam suspensos. A experiência me fez ver que preciso ter vários. Vocês que estão fora não tem a informação interna, sabíamos da possibilidade de o Nino ir para a Olimpíada ou receber proposta. Quando o Matheus foi procurado, entendemos que deveríamos estender. Por uma questão de planejamento, o Luccas Claro também vem bem e podia chegar uma proposta. Ele tem uma cláusula de saída para o exterior. Por isso renovamos, além dele ser um grande jogador, é um grande líder do grupo, é aplicado e dedicado, nos ajuda muito no dia a dia e obviamente em algum momento será utilizado. Ser relacionado para o banco também é ser utilizado. Foi uma decisão técnica nossa.

WELLINGTON

É uma negociação que colocamos uma cláusula sim. A opção do atleta era vir por dois anos e nós não queríamos fazer fixos. Foi um pedido da comissão que estava aqui. Ele contribui conosco no dia a dia. Mas é preciso entender que dentro das contratações existem várias opiniões de todos aqui. Como o atleta tinha histórico de algumas cirurgias, o DM nos orientou a fazer por um ano e colocar uma cláusula que se ele jogasse tantos por cento de jogos, renovaria. Não sei de cabeça se já atingiu. As negociações estão sempre abertas, ao final do ano vamos analisar o contrato e com a comissão técnica para saber. Todo e qualquer contrato, se dispensa sem negociação, é obrigado a pagar tudo que falta. Não vamos cometer erros passados porque gerou mais de 70 milhões em dívida. O Nene queria um contrato mais longo e falamos que neste momento não poderíamos conversar sobre isso e ele falou que queria ir para outro lugar porque não estávamos acenando com renovação. Acertamos o que tínhamos de pendência e não estamos mais pagando salários.

ROGER MACHADO

Avaliamos o contexto do que já vivemos, do planejamento que temos, sempre de médio a longo prazo. Quando trouxemos o Odair, ele pediu dois anos e demos de um. Perdemos ele no meio do trabalho porque era um contrato curto. Optamos em fazer um contrato mais longo com o próximo treinador, porque acredito em trabalhos longos. No ano passado o Abel Braga chegou desacreditado no Inter, terminou como vice-campeão, já tinha outro grande treinador contratado e agora faz um ano aquém do esperado. Fizemos um contrato de dois anos porque acreditávamos no trabalho e tínhamos medo de perder. Foram divulgadas multas fora da realidade, existia uma multa de meio do caminho, fizemos um acordo. Quitamos recentemente a multa do Diniz, que saiu em 2019, algumas coisas de rescisão do Odair estamos pagando e concluindo. Vamos pagar a multa do Roger de forma parcelada.

RELAÇÃO COM EDUARDO URAM

A relação do Uram com o Fluminense é a mesma de todos os outros empresários. É muito anterior a minha passagem, ele é empresário do Mariano, que veio em 2009, e do Cuca, do Guilherme Arana, que tentei contratar e não conseguimos. Também é do Yago Felipe, que veio de graça, além do Firmino, Marcelo Lomba, Nem, Diego Souza e outros em vários clubes. A relação é como qualquer outra. Quando chegamos em 2019 a base estava desconectada do profissional, agora é totalmente integrada. O Evanilson foi um jogador que as pessoas que estavam na base não entenderam que havia interesse. O atleta e os empresários entenderam que o clube não valorizou e o Flu ficou com um percentual. O clube recebeu 12 milhões de reais quando ele foi para o Porto.

Só existe opção de compra quando você paga pelo empréstimo e os dois foram gratuitos. Em 2020 ele tinha proposta do Internacional com salário maior, mas escolheu vir. O jogador, que já pertencia à Tombense, foi emprestado ao Fluminense sem valor pago. No Nonato, estamos pagando pelo empréstimo e exigimos ter o direito de comprar. O Caio Paulista teve muitas procuras em 2020 de clubes da primeira divisão porque foi pouco aproveitado, mas nossa equipe de futebol via no jogador um potencial, então fomos solicitar um novo contrato gratuito porque não tínhamos a certeza que ele poderia performar. Quando estava chegando perto, iniciamos a negociação para comprar. O clube dele colocou o valor e, consultando nossa equipe, acreditamos que é um jogador que vale o investimento. É uma operação normal nos padrões de mercado. Ele tinha propostas da Europa que pagariam mais, mas foi um desejo dele ficar. Compramos 50% dos direitos econômicos e 100% dos federativos. Só vamos saber se foi certo ou errado em um ou dois anos porque o futebol é um negócio de alto risco.

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