Mergulhado em incertezas e uma instabilidade por todos os lados, o Fluminense é o único clube da primeira divisão do Campeonato Brasileiro que ainda não tem um treinador contratado. Apesar do acerto com Fernando Diniz estar encaminhado, esse cenário preocupa: com planejamento atrasado para o ano que vem, a equipe terá pouco tempo para ajustar o elenco e, ao menos, diminuir os problemas dentro de campo.
A expectativa era que Diniz fosse anunciado até o último fim de semana. Porém, questões burocráticas atrasaram a chegada do treinador. Com isso, as conversas para 2019 e a decisão dos jogadores que chegam ou saem do elenco vão sendo adiadas. A reapresentação do grupo acontecerá no dia 3 de janeiro, no CT Pedro Antonio, e diversas posições seguem sem definições.
Muito disso se dá em função da confusão política em que o Flu se encontra. A votação do pedido de impeachment do presidente Pedro Abad está marcada para a próxima quinta-feira, no Salão Nobre das Laranjeiras, às 20h. O mandatário tentou suspender a sessão na Justiça, mas não teve sucesso. Isso atrapalha diretamente na chegada e saída de jogadores.
Dos 11 titulares que acabaram a temporada, sete têm chance de deixar o elenco: Júlio César, Gilberto, Gum, Digão, Ayrton Lucas, Richard e Sornoza. Três deles já saíram e outros quatro têm conversas por renovação ainda sem definição. Além deles, outros atletas que estavam no elenco também foram negociados e a insatisfação com os problemas políticos foi clara, principalmente após a última rodada do Brasileirão.
Por outro lado, a busca por reforços também esbarra nesse fator. Os problemas financeiros preocupam, mas não chegam a atrapalhar as conversas. Por outro lado, a indefinição sobre a situação do presidente e a briga política que atinge o clube tem pesado para a decisão dos atletas que negociam com o Flu.
Resultado: o Fluminense entra na penúltima semana de dezembro sem treinador, sem reforços, com atletas deixando o clube e as indefinições que podem custar caro lá na frente. Enquanto a maioria se movimenta, o Tricolor segue parado esperando uma solução que não veio em 2018 e pode se arrastar por 2019.