O ano de 2016 não foi nada fácil para o torcedor do Internacional, que foi da semifinal da Libertadores ao rebaixamento no Campeonato Brasileiro de forma melancólica, que deu início a uma reconstrução do clube. E nessa reformulação, um dos culpados pelo fraco desempenho foi o meia Alex, ídolo do clube.
Em entrevista ao 'Os Donos da Bola' desta sexta-feira, o jogador, hoje aposentado, revelou que sua saída em maus termos do clube acabou lhe deixando com depressão na reta final de sua carreira.
- Faz um pouco mais de três anos que eu não jogo. Hoje em dia que eu estou começando a me sentir um pouco melhor. Eu tive uma depressão num ponto que... não foi só pelo final da carreira. Tenho certeza que foi por esse tratamento que eu recebi. Eu sigo fazendo acompanhamento, sigo com medicação. Hoje, num ponto muito melhor. Mesmo se for uma carreira como eu tive, que foi especial, vai ser sempre difícil o final da sua carreira.
Eu, aos 34 anos, me sentia em muitas condições de seguir em algum outro clube, só que, com essa atitude, o mercado ficou tão estranho que parece que realmente você fez algo de muito errado. Praticamente ninguém queria o Alex. Isso também acabou fazendo mal, me fez ficar numa reclusão, numa escuridão que quem não passa por isso não tem ideia do que é. Só queria ficar em casa, não tinha vontade de fazer nada -, afirmou.
Alex também relatou como foram seus últimos dias no clube. O ex-jogador ainda confessou que tentou de inúmeras maneira prosseguir no Inter para auxiliar na reconstrução durante a Série B, inclusive recebendo um salário mínimo, mas sua vontade foi recusada.
- Eu sofri muito no final da minha carreira, porque, assim que o Inter caiu para a segunda divisão, eu queria ter ficado, mesmo que fosse catador de bola lá, para poder realmente sair dali não devendo nada diante de tudo que eu já tinha conquistado no Inter, porque eu fiquei com vergonha e queria, ao mesmo tempo, se fosse para receber, só no final, um salário mínimo... Eu tentei fazer de tudo e os caras falaram não. Eu gostaria de participar do projeto de reconstrução do clube aonde eu vivi nove anos, então eu tenho uma gratidão e respeito pelo torcedor. Não é pela minha carreira, eu temia pelo torcedor -, confessou.