Convidado do "De casa com o LANCE!", o ex-jogador Athirson, com passagens por clubes como Flamengo, Santos e Juventus, destacou o seu trabalho como treinador no São Cristóvão e no Goytacaz. Ele também disse que deseja continuar trabalhando com o futebol e que tem buscado cursos para se qualificar.
O ex-lateral também ressaltou a importância de se prevenir em um momento de pandemia e declarou que a humanidade precisa se reinventar e valorizar mais o lado solidário. Confira essas e outras respostas do ídolo do Flamengo, eterno camisa 6 da Gávea.
Rotina em meio à pandemia
- Pegou todos nós desprevenidos. Ninguém imaginava que um dia fosse acontecer uma situação como essa e precisamos nos adaptar e reinventar, nos ocupar de alguma forma. Perdi um tio com coronavírus, não pudemos nos despedir e abraçar a família. É um momento delicado, estamos perdendo vidas. A humanidade tem que dar valor ao lado humanitário, o lado solidário. Quem pode ajudar, ajude - disse o ex-lateral, e em seguida completou.
- Tenho uma rotina dentro de casa. As crianças estão fazendo aula on-line. Acordo cedo, arrumo tudo e evito ao máximo de sair de casa. Os cachorros fazem as coisas deles na varanda, nem levo na rua. Ajudo na limpeza, na cozinha mesmo não sendo o meu forte. Termino por volta de 11 horas, faço exercícios meu exercício diário, e depois almoço e estudo. Já fiz cursos de inteligência emocional e agora de análise em desempenho. Estou buscando cursos de gestão na internet e buscando sempre qualificar, debatendo com amigos sobre futebol.
Fox Sports e primeira oportunidade como treinador
- Estive na Fox. Fiquei dois anos, gostei bastante. Tive uma alegria de entender o futebol de uma outra visão. Quando nós jogamos, nós não temos essa leitura do jogo. Comecei a entender as situações, as complexidades do jogo e as diversidades que existem dentro das partidas. Fiz o curso da CBF de licença A e B, justamente para entender mais o futebol.
São Cristóvão e Goytacaz
- Gostei muito (de ser treinador). O Denis Alves, que foi meu auxiliar, me indicou para o São Cristóvão. Foi um momento especial. Foi o primeiro trabalho como treinador. O time estava na zona do rebaixamento com quatro pontos, conseguimos livrar o time com 19 e quase nos classificamos para as próximas fases. Foi um momento de sentir como era ser um líder de gestão, levar isso tudo para dentro do campo do jeito como você quer, você ensinar... Gostei e segui carreira. Bati na trave com clubes que não deram tantas chances, mas coisas extra-campo atrapalharam também. No último trabalho no Goytacaz tive uma tristeza muito grande porque vi coisas que não gostava e não achava justo. Era muita coisa ali dentro que nós, infelizmente, não podemos externar. Foi quando tive um desânimo. Meu amigo me convidou para retornar para a empresa de gestão, mas isso não me impede de ser treinador.
Jogo mais importante
- Todos os jogos são importantes, mas tem uns que ficam mais marcados. Em 1999 o Vasco era favorito e nós tínhamos um time mais jovem, mas tínhamos que quebrar esse tabu. Tudo isso entra no contexto do jogo. Nós, como jovens, queríamos deixar um marco nessa trajetória, e foi quando iniciamos o tricampeonato e quebramos o tabu. A Mercosul também foi marcante, pela importância da competição e num momento financeiro delicado do clube. Teve derrotas que foram marcantes também como contra o Grêmio em 1997, que a torcida aplaudiu após o jogo.
Passagem na Juventus e dificuldades na Itália
- Quando saí do Flamengo era para ter ido ao Barcelona. O presidente não queria me vender porque era a referência. Mas era importante para seguir minha carreira na Europa. Na época o Barcelona teve um impeachment do presidente e, com isso, não podia contratar. A Juventus apareceu 15 milhões de euros e apresentamos para o Flamengo. Mas o Flamengo não queria me vender e eu acabei assinando pré-contrato com eles. Queria que o Flamengo ganhasse algo, mas eles não quiseram. Cheguei na Itália em janeiro, uma mudança grande.
- Um dia apareceu várias marcas rochas no meu corpo e fui no médico. O doutor na hora mandou fazer exame de sangue. Estava com a plaqueta baixa, mas os exames não apontaram nada. Fiquei 20 dias internado e as plaquetas voltaram ao normal, mas depois que recebi alta elas voltaram a abaixar. Com isso tudo, não fiquei com a saúde mental boa e isso afetou. Voltei para o Brasil, fiz os exames de novo e, na época, suspeitaram que eu peguei dengue.
- Voltei para a Juventus e comecei a treinar bem, a receber elogios... O Ancelotti gostava muito de mim, mas queria me colocar sempre no lugar do Zidane. Ele saiu e chegou o Lippi, e apesar dos elogios, ele não me colocava para jogar. Foi um período emocional. Depois tive um período maravilhoso na Alemanha (no Bayer Leverkusen) de muito aprendizado.
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