Ao L!, Bandeira de Mello comenta volta do futebol: ‘Forçação de barra não é bom exemplo’
Ex-presidente do Flamengo foi o convidado do 'De Casa com o LANCE!' desta terça-feira
Um dos dirigentes mais influentes do futebol brasileiro na última década, o ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello foi o convidado do "De Casa com o LANCE!" nesta terça-feira. O executivo opinou sobre as conversas de retorno do futebol durante a pandemia do COVID-19 e se mostrou contra o retorno neste momento, afirmando que, por não ter competência especializada na área de saúde, seguiria a opinião das referências.
- O que eu acho sobre a pandemia não vale só para o Flamengo e para o futebol, mas para qualquer coisa. Eu acho que as atividades só devem ser retomadas com o pleno aval das autoridades médicas e de saúde pública. Eu sou administrador, você é jornalista. Eu não sou infectologia, epidemiologista, sanitarista e eu não tenho condições de emitir uma opinião sobre se pode voltar ou se não, mas eu acredito na ciência. Então, no dia que os representantes da ciência disserem que pode voltar, e isso vale para futebol, teatro, cinema, atividade econômica, se pode voltar, pode voltar. Enquanto eles disserem que não pode voltar, eu acho que é precipitado - afirmou Bandeira, que completou:
- Planejar volta tem problema zero, porque eu acho até que deve planejar, porque o dia que puder voltar você já sabe o que você pode fazer. Se as autoridades de saúde autorizarem treinos individuais ou alguma coisa assim, também nada contra. Eu sempre vou acompanhar o que disserem as autoridades de saúde pública. Qualquer tipo de precipitação, forçação de barra não é um bom exemplo - disse.
Notório crítico da CBF e das federações estaduais de futebol, Bandeira, entretanto, elogiou a postura da confederação em relação ao retorno do futebol durante a crise do COVID-19, além da ajuda financeira de 5 milhões de reais para cada clube da primeira e da segunda divisão.
- Eu sempre fui crítico da CBF e das federações por conta do modelo de governança do futebol brasileiro, porque eu acho que não é o correto e subverte a vontade do legislador que na época era o ProFut e fez uma alteração que foi "bypass" pelas normas da CBF. Aparentemente, eles estão tendo uma postura muito mais responsável do que os clubes. Eu nunca vi uma declaração de um dirigente da CBF, contra quem eu não tenho nada, são pessoas que sempre me trataram muito bem. Nesse caso da pandemia, eu estou sentindo que eles estão com uma postura mais progressista, mais responsável do que os clubes. Acho até que a CBF tem interesses na volta do futebol, econômicos, mas acho que eles estão agindo corretamente nesse caso - afirmou, que completou:
- E o auxílio financeiro aos clubes eu também acho super importante. 5 milhões para cada clube pode não fazer muita diferença para Flamengo e Palmeiras, mas com certeza faz diferença para os clubes que não desfrutam da mesma solidez econômica e financeira. Nesse caso, eu só posso aplaudir a atitude da CBF, é claro que mantendo as minhas críticas à CBF que eles sabem muito bem quais são, mas que não me fazem ser insensível e injusto em uma hora dessa - finalizou.
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