O ex-jogador e comentarista de futebol Walter Casagrande participou do programa Nasi Noite Adentro, do Canal Brasil, que vai ao ar nesta quinta-feira. De acordo com o site Notícias da TV, Casagrande falou sobre o vício em drogas e álcool e sobre as dificuldades que tem em se manter limpo, mas sabe que isso é necessário para que possa manter seu relacionamento familiar e profissional.
— Eu dei azar de ser dependente químico. O que eu queria na minha vida? Poder 'dar um tirinho', beber um vinho, ver um show de rock e ir para a minha casa dormir. Era o meu sonho. Não dá. Se eu der um tirinho, vou ficar quatro dias cheirando; se eu beber uma taça, vou tomar dez garrafas de vinho, vou pra minha casa três dias depois e minha vida vai para o inferno. — desabafou o comentarista, que diz que sua prioridade é não usar mais drogas — Então, eu não posso, é a opção que eu coloquei. Minha prioridade na vida é nunca mais usar droga. Se eu nunca mais usar, tudo acontece do jeito que está: ascensão profissional, vida sadia, eu estou ótimo, melhor momento da minha vida, recuperei o relacionamento com meus filhos. Tenho convite para várias entrevistas, porque eu venho. Antigamente, não sei; se eu não usasse [droga] antes, eu vinha; se eu usasse, eu dava uma ligada e avisava: 'Hoje não vai dar'. Fiz várias vezes isso — completou
A história do comentarista com as drogas começou quando ele era bem jovem e perdurou durante toda sua carreira. O ex-jogador confessa no programa já ter disputado partidas sob efeito de drogas:
— Nos anos 1980, não tinha exame específico para cocaína e para maconha. O exame era pra pegar anfetamina, porque é ela que altera, aumenta o rendimento, a disposição. A cocaína é uma droga social, não aumenta o rendimento de ninguém. Jogar futebol usando cocaína é absurdo, eu nunca usei para jogar. Mas, por ser dependente químico, você não consegue se manter sem o uso da droga. Naquela época não tinha exame especifico pra isso, mas se tivesse eu seria pego, sem dúvida — confessou Casagrande
Casagrande fala também da sensação imediata e efêmera que a droga dá ao corpo:
— Você faz um gol em Copa do Mundo, em três segundos você vai de zero a cem, adrenalina. Bate tudo no seu corpo. Não tem nada que faça isso a não ser a droga. A cocaína dá um prazer imediato, mas depois ela volta — conta, Casagrande, que também explica a escolha que fez para se manter longe do vício — Qual é o segredo, que eu fui aprender depois de dez anos? Hoje eu não bebo. Eu não uso droga nenhuma, óbvio. Vou a festas e, quando o pessoal começa a beber, eu vou embora. Não fico no meio de pessoas que estão na euforia da bebida. Então eu optei por isso [ficar longe das drogas], é o caminho que eu estou seguindo e sei aonde tenho que ir para conseguir manter