Os comentaristas e ex-jogadores Nalbert e Fabi entenderam como uma "medida desproporcional" a última decisão do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em relação ao caso Wallace, como falaram durante o pré-jogo da final da Superliga de Vôlei Feminino, neste domingo, na "TV Globo". O Conselho de Ética do COB (CECOB) suspendeu o atleta por cinco anos, além de afastar Radamés Lattari, presidente em exercício da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), suspender a confederação por seis meses e recomendar o corte dos patrocínios do Banco do Brasil e do Ministério do Esporte à entidade.
Para Nalbert, existe "uma guerra de poder" entre as diferentes organizações. O ex-jogador teme que o vôlei brasileiro seja prejudicado em meio a essa disputa.
- Esse caso tomou proporções que chegam a ser inacreditáveis. É muito lamentável isso tudo que está acontecendo. Eu acho que a melhor maneira é conversar. Há uma guerra de poder escancarada entre as instituições. Mas isso tem que acabar, tem que se resolver, o Wallace não pode ser tão prejudicado assim, tem uma carreira pela frente. E, principalmente, o voleibol brasileiro, que está em risco, não pode ser tão prejudicado. Tenho certeza que ninguém vai querer que isso aconteça - afirmou.
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Na sequência, Fabi concordou com o companheiro de transmissão sobre o exagero na decisão do COB. No entanto, a ex-líbero ressaltou que atletas devem tomar mais cuidado com o que compartilham nas redes sociais. Wallace foi punido pelo CECOB, em fevereiro, por fazer uma postagem incitando violência ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
- Eu acho que tem uma coisa desproporcional, sem dúvida alguma, somos unânimes nisso. Mas é importante nós, como atletas, entendermos o peso, a questão de se posicionar, não estar à margem das questões do que pode ou não pode nas redes sociais. Mas tem uma medida desproporcional, estou com o Nalbert nessa. O vôlei brasileiro não pode ser prejudicado. E para o Wallace também, é uma medida desproporcional contra ele - opinou.
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Inicialmente, Wallace foi punido por 90 dias pelo CECOB. Entretanto, a punição foi ampliada após o oposto entrar em quadra na final da Superliga de Vôlei, desrespeitando a decisão da instituição. O Cruzeiro, equipe do atleta, e a CBV se apoiaram em uma liminar emitida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para autorizar a utilização de Wallace na partida decisiva.