Dia 16/04/2025
13:11
Atualizado há 20 horas
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Ex-companheiro de Bruno Henrique no Flamengo, Diego Ribas publicou um vídeo em suas redes sociais citando o caso do atacante, que foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por suposta manipulação de cartão amarelo. O ex-jogador elogiou o atacante, reforçando sua humildade e personalidade verdadeira, e afirmou que torce para que a situação se resolva da melhor maneira possível. Por outro lado, aproveitou para alertar e cobrar clubes e bets.

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Diego afirmou que o caso envolvendo Bruno Henrique não é isolado e que diversos atletas correm o risco de estarem envolvidos em situações complicadas que envolvem a atuação das casas de aposta. Segundo ele, apesar de respeitar a atuação das empresas, não compactua com as apostas esportivas.

- Bruno Henrique envolveu num grande problema, está sendo investigado pela Polícia Federal por um suposto favorecimento a amigos, familiares… O que eu posso dizer sobre isso? Convivi 4 anos com ele, um cara maravilhoso, um coração incrível. O Bruno é exatamente isso que ele passa para vocês, um cara humilde, autêntico e verdadeiro. E eu fico aqui na torcida para que isso se resolva da melhor forma possível. Mas eu não estou aqui apenas para falar do Bruno Henrique. Eu estou aqui para falar de uma nova realidade que os atletas vivem devido à inserção das casas de apostas, que eu respeito, mas não compactuo - inicia o ex-meia, que chama atenção para os riscos da dependência química causada pelas apostas.

- Eu respeito, mas não incentivo as pessoas a participarem desse mundo pela dependência química que ela traz e pelo prejuízo em todas as áreas da vida [...] Existem outros vícios que as pessoas incentivam, como álcool, pornografia... tudo isso pode se tornar um grande vício. Sim, mas a casa de apostas traz algo a mais. A parte da dependência química, a ilusão do favorecimento e benefício financeiro. É ilusão, porque realmente o final disso é terrível - completa.

Diego Ribas e Bruno Henrique atuaram juntos pelo Flamengo. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Diego Ribas afirma que tem amigos que passam por problemas de dependência química causada pelo vício em apostas esportivas e que jogadores jovens acabam suas carreiras por envolvimento com o vício. Em seguida, o ex-jogador diz que atletas ainda podem ser vítimas de situações onde um "ambiente de segurança", como ele cita, pode se tornar uma situação de vulnerabilidade aos jogadores.

- Isso é difícil para os jogadores também, que podem se tornar vítimas. Num ambiente de segurança, num churrasco, numa conversa que tem na sua casa, você pode compartilhar informações daquilo que vai acontecer no jogo. "Olha o próximo jogo, quem vai bater o pênalti sou eu" [...] Eles apenas estão compartilhando num ambiente de intimidade, compartilhando informações, como sempre fizeram, só que hoje não podem mais. - cita.

O ex-atleta usou como exemplo Memphis Depay, do Corinthians, que usou uma estratégia incomum no clássico contra o Palmeiras ao chutar a bola para fora na saída de jogo no primeiro tempo. Diego afirmou que a decisão, se fosse compartilhada, poderia se tornar um problema ao atacante corintiano.

Cobrança a clubes e bets

Diego aproveitou o vídeo para cobrar os clubes e as próprias casas de aposta para que elas tomem atitudes que previnam e ajudem jogadores e outras pessoas envolvidas com apostas esportivas. O ex-jogador afirmou que as instituições precisam passar orientações de comportamento com a intenção de reeducar os envolvidos.

Já passou da hora dos clubes, das casas de apostas, proporcionarem cursos, uma cartilha de comportamento. Reeducar os jogadores para se comportar dentro do ambiente onde eles estão inseridos hoje, e que podem, sim, ser prejudicados. Não tô falando que situação de A, B ou C foi isso que aconteceu, mas tenho a certeza disso que eu estou falando. Pode acontecer e pode prejudicar alguém, se não já prejudicou nesse caminho. Então, a minha mensagem aqui é para que nós todos tenhamos a consciência do que está acontecendo. É uma realidade que tem que ser vivida - completou Ribas.

PF investiga celular do jogador

Entre ações tomadas pela PF na investigação contra o jogador está a apreensão do celular do irmão do atacante. Investigadores encontraram no celular de Wander Nunes Pinto Júnior troca de mensagens que comprometeriam o atleta, o colocando diretamente ligado ao suposto esquema de apostas. O rubro-negro foi indiciado por estelionato e fraude em competição esportiva.

Wander Nunes Pinto Júnior, Ludymilla Araújo Lima (esposa de Wander) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima de Bruno Henrique) também foram indiciados. Os três fizeram apostas.

➡️ Ministério Público prevê denunciar Bruno Henrique, do Flamengo, por esquema de apostas

Atacante ainda não se manifestou

Após a divulgação da notícia do inquérito desta terça-feira (15), a assessoria do jogador garantiu que o mesmo não irá se posicionar. O Flamengo lançou nota oficial no fim do dia dizendo que não foi comunicado por qualquer autoridade pública sobre o indiciamento e diz ter ficado sabendo pela imprensa. Veja a nota na íntegra:

"O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique.

O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito."

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