Em jogo pelo Campeonato Carioca sub-20, neste sábado, em Conselheiro Galvão, Madureira estava vencendo por 1 a 0, e os jogadores do Fluminense começaram a reclamar que os gandulas estavam retardando a reposição de jogo. Segundo relatos, o jogador Arthur ofendeu o gandula Samuel Vasconcellos o chamando de "escravo". Este funcionário do Tricolor Suburbano não confirmou.
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Edilson, volante do Madureira, afirmou ter escutado e questionou Arthur, que confirmou a ofensa. O jogador do Tricolor Suburbano relatou ao quarto árbitro, que nada fez. O jogo seguiu, e o Fluminense empatou.
Em outro momento, Jefferson, outro gandula do Madureira repôs a bola rapidamente, já que o empate classificava o Fluminense. Foi aí que Arthur o ofendeu.
Estava trabalhando no momento. Fui repor a bola para o nosso jogador, e ele (Arthur) me abordou: 'Agora você quer trabalhar? Valeu, escravo'. Os jogadores do nosso banco questionaram: "Ele está te chamando de escravo?". Eu respondi: 'Isso, está me chamando de escravo'.
declarou Jefferson, gandula do Madureira. E completou:
- A jogada foi seguindo, e eu me dirigi ao bandeirinha para saber se ele tinha ouvido. Ele falou que não ouviu. Ele ainda falou: 'Fica na sua. Faz o seu trabalho, que ele é jogador, e você não pode falar com ele'. Eu respondi: 'Mas não é certo ele me chamar de escravo'.
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Indignado com a situação, Jefferson questionou o assistente perguntando se achava a atitude de Arthur correta. O auxiliar afirmou que era policial e, se tivesse escutado, levaria o meia do Fluminense preso. Além disso, segundo o gandula do Madureira, o próprio banco de reservas do Tricolor afirmou que o próprio companheiro estava errado.
- Os jogadores do Fluminense que estavam no banco ouviram e falaram que não concordam com isso.
Quando acabou a partida, Edilson correu para o vestiário para agredir Arthur. Não houve briga, mas iniciou-se uma confusão com o goleiro reserva do Fluminense. Ambos foram expulsos. O volante do Madureira revelou que soube da expulsão quando chegou na Delegacia.
- Fui saber que fui expulso aqui, quando li a súmula. Eu nem sabia, não vi cartão nem nada. Eu sei que fui expulso, mas não sei o por quê. Eu já tinha tomado um amarelo, não sei se foi vermelho direto. Acabou que não teve troca de socos, mas teve um tumulto - revelou Edilson.
Após a partida, as partes foram para a delegacia. Lá, houve um princípio de confusão, pois o primeiro gandula Samuel não queria comparecer, demorou a chegar, e lá, negou ter sido ofendido. O gandula Jefferson e o volante Edilson confirmaram. Arthur ficou por horas prestando depoimento e saiu pelos fundos da delegacia.
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Em nota, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro informou quais são os próximos passos e que a investigação vai prosseguir. Confira abaixo.
"De acordo com a 29ª DP (Madureira), o caso foi registrado como injúria racial. Inicialmente, foram apontadas três vítimas. No entanto, em depoimento, uma delas negou ter sido ofendida. Uma testemunha se apresentou na delegacia e foi ouvida, outras serão intimadas. Os agentes analisam imagens e realizam outras diligências para esclarecer todos os fatos. A investigação está em andamento."
O Fluminense, por sua vez, reforçou a luta contra o racismo. Além disso, segundo Jefferson, o Tricolor prestou solidariedade ao gandula. Confira a nota-oficial do clube e o que o funcionário do Madureira disse abaixo.
"O Fluminense acompanha de perto o caso envolvendo o atleta Arthur e informa que se colocou à disposição das autoridades para o pleno esclarecimento dos fatos. O clube reforça seu veemente posicionamento contra o racismo e reafirma que luta incansavelmente contra todo tipo de preconceito no futebol e na sociedade em geral."
Os funcionários do Fluminense vieram falar comigo e falaram que a gente está certo, que o Arthur será punido. Isso não se faz e o Fluminense não concorda com isso e veio prestar solidariedade antes de virmos para a Delegacia
afirmou Jefferson
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O Madureira também se posicionou e repudiou qualquer ato racista e prestou solidariedade a seus funcionários. Confira abaixo.
"O Madureira Esporte Clube repudia com veemência qualquer ato racista, em qualquer lugar e por quem quer que seja. É inaceitável que nos tempos atuais ainda temos que nos deparar com situações lamentáveis como a acontecida hoje em Conselheiro Galvão.
O Madureira presta toda solidariedade e mantém o apoio ao funcionário Jeferson e ao atleta Edilson."