O especialista de arbitragem Paulo Caravina, Cria Lab! do Lance!, analisou os lances polêmicos da partida entre Botafogo e São Paulo pela quarta rodada do Brasileirão. O comentarista apontou dois erros graves e detonou as intervenções do VAR no jogo desta quarta-feira (16).
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- O VAR irá piorar, ele vai participar mais e mais do jogo. Botafogo recebeu o São Paulo no Rio de Janeiro e tivemos reclamações dos dois lados da arbitragem, e com razão. Primeiro foi um pênalti reclamado pelo Botafogo. O lateral Cuiabano invade a área, sofre um tranco e o Davi Lacerda aponta o pênalti. Percebo que a bola está em disputa ainda, mas o jogador do São Paulo chega atrasado e atinge as costas do seu adversário. Por esse ângulo, vemos até que existe um contato por baixo também. Davi Lacerda é bem ruim de critério, do que é falta e do que não é falta. Mas revendo esse lance no monitor do vídeo, não tem como não achar que isso aqui não é falta. O defensor do São Paulo impede o jogador do Botafogo de ficar com a bola. Por baixo e por cima. Muito pênalti. Mas se acostumem, esse será o novo normal do VAR, mais e mais revisões sem necessidade - disse o especialista, que seguiu:
- Já no gol anulado do São Paulo, a gente vê um jogador em posição de impedimento e esse lance é extremamente interpretativo. Estar em posição de impedimento não faz com que o jogador esteja impedido. O jogador vai estar impedido quando tocar na bola, disputar a bola, obstruir o campo de visão do adversário ou tente jogar a bola e isso impacte no seu adversário. Até onde eu vejo, ele tenta jogar a bola, mas não vejo o tentar dominar do jogador São Paulo, que está em posição de impedimento impactar também. Nenhum jogador do Botafogo deixou de jogar por conta dessa tentativa de domínio. Então, na minha interpretação, o gol foi muito mal anulado mesmo com a ajuda do VAR, com o árbitro assistente FIFA.
Como foi Botafogo x São Paulo, pelo Brasileirão?
Botafogo e São Paulo fizeram um primeiro tempo movimentado, que ficou "apenas" em três gols porque a burocracia ofensiva dos dois times sobressaiu perante a objetividade. O alvinegro começou melhor, perdendo boas chances aos 5, em chute de Savarino, e aos 12, após cruzamento de Cuiabano.
O São Paulo melhorou a partir daí, e para isso passou a explorar principalmente o lado esquerdo. Era por lá que Ferreirinha caía, e foi por lá que ele abriu o marcador, em chute que mandou no ângulo esquerdo de John, aos 20.
O gol foi motivo de breve irritação da torcida botafoguense, mas três minutos mais tarde Savarino igualaria o marcador em lance semelhante ao de Ferreirinha: bola puxada da meia-esquerda e chute colocado. A diferença básica foi que esse foi na forquilha: 1 a 1.
Depois disso, até o fim do primeiro tempo quem mais chamou a atenção foi o trio de arbitragem. Davi de Oliveira Lacerda marcou pênalti para o Botafogo sobre Matheus Martins aos 45, mas voltou atrás após analisar o VAR. Aos 53, Ferraresi marcou para o São Paulo, mas Davi Lacerda e o auxiliar Rafael da Silva Alves, em conjunto, anularam após nova consulta ao VAR — eles consideraram que Matheus Alves, que estava em posição irregular, participou da jogada ao tirar o corpo. E o cronômetro já marcava 57 minutos quando André Silva aproveitou erro da defesa do Botafogo para colocar o São Paulo novamente na frente, em chute do meio da área.
No segundo tempo, o Botafogo dominou as ações de jogo, enquanto o São Paulo se defendia e buscava liquidar o jogo explorando eventuais erros do time da casa. O tricolor teve pelo menos dois, mas não soube aproveitar. Já o alvinegro carecia do mesmo problema de outros jogos, a falta de chances claras de gol. Mas aproveitou num escanteio: aos 38, Savarino cobrou da esquerda e Igor Jesus cabeceou para empatar o jogo do Brasileirão.