Com a pausa do futebol mundial devido ao surto de coronavírus, a "Globo" exibirá, neste domingo, a goleada da Seleção Brasileira contra a Argentina, na final da Copa das Confederações 2005. Por 4 a 1, o time de Carlos Alberto Parreira o seu "quarteto mágico" com Ronaldinho, Adriano, Kaká e Robinho fez história ao emocionar torcedores por todo o mundo com um elenco recheado de craques.
Um dos astros daquela equipe era o ex-jogador Zé Roberto, na época atuando no Bayern de Munique, da Alemanha. Ao LANCE!, o meia daquele time relembrou a disputa intensa pela titulares entre os ídolos, contou como foi a emoção de enfrentar um rival sul-americano na decisão e recordou as resenhas no vestiário.
- Um dia antes do jogo, chegamos ao estádio para treinar depois da Argentina. A Seleção chegou no ônibus e os caras começaram a chegar xingar e a bater no vidro do ônibus para provocar a gente, e isso trouxe muita motivação. Claro que a rivalidade entre Brasil e Argentina já fala por si, mas, aquela provocação fez o nosso time entrar muito concentrado.
Atuando mais defensivamente no esquema, Zé Roberto guardava uma função, junto com Emerson, de evitar o contra-ataque dos argentinos. Naquele jogo, Zé não esquece do comprometimento dos outros atletas para que os espaços ao rival fossem evitados.
- Desde o início do jogo, a gente estava marcando forte. A seleção era muito superior na qualidade técnica e a diferença seria a marcação. Funcionou perfeitamente, porque, quando a gente perdia a bola, o Ronaldinho voltava no primeiro volante para ajudar e o Kaká pegava o lateral. Eu posso dizer que foi uma final perfeita.
- A disputa era bem saudável. Cada um entendia que o outro estava jogando, mas que todos poderiam jogar e sempre se respeitando. O respeito só juntou muito a gente. Quem jogava sabia que no banco atuava o cara que estava voando. Nessa época, só para você ser convocado já era muito difícil.
Contudo, aquela Seleção ficou marcada também pelas brincadeiras no vestiário. Muito samba e brincadeira: desta forma, os torcedores gravaram a Seleção que conquistou a Copa das Confederações de 2005. Entre Roberto Carlos e Robinho, o Zé confessou que a brincadeira não tinha limite.
- Era muita resenha, muita zoeira. O Robinho quando no pé de alguém para zoar, se não levasse na esportiva, fazia o cara penar de tanta brincadeira. Era bem legal, um ambiente descontraído onde todo mundo se respeitava. Kaká tem cara de sério, mas zoava muito - disse ele, que ainda revelou uma piada interna:
- Nessa época, eu sentava perto do Kaká e a gente brincava dizendo que abriríamos uma academia quando parássemos de jogar para reabilitar os atletas. Era o Emerson com a perna torta, o Dida encurvado, o Roberto Carlos com perna de anão. A gente analisava cada jogador e criamos a academia "Corpos Estranhos". Volta e meia lembramos dessa brincadeira.
*sob supervisão de Tadeu Rocha