Kamala, Trump e desistência de Biden: como as eleições nos EUA afetam a Copa do Mundo 2026
Pleito que definirá presidente norte-americano acontece em novembro deste ano
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As eleições nos Estados Unidos, que acontecem no dia 5 de novembro de 2024, definirão o próximo presidente do país, mas a tendência é que o pleito não tenha grande influência na Copa do Mundo de 2026. O Mundial também será sediado em Canadá e México.
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Presidente norte-americano, Joe Biden desistiu de buscar a reeleição. A disputa deve ficar entre Kamala Harris, atual vice-presidente, e Donald Trump, chefe de estado dos EUA entre 2016 e 2020.
Biden, tradição e cenário eleitoral
Para Manuel Furriela, mestre em Direito Internacional pela USP, as eleições tendem a interferir pouco na Copa do Mundo. Mesmo com a desistência de Biden, que foi o presidente nos últimos quatro anos.
O futebol tem importância pequena nos Estados Unidos, e este fator influenciaria para uma atuação discreta do governo na organização do Mundial. O poder público, inclusive, sequer fornece financiamento para esportes coletivos, individuais e ao comitê olímpico e paralímpico.
— O "Soccer" masculino tem importância muito menor do que outros esportes, como basquete e baseball, por exemplo. E o envolvimento de políticos americanos com abertura de uma Copa do Mundo acaba tendo muito menos impacto. A organização acaba por conta da secretaria, que é equivalente ao nosso Ministério dos Esportes. Ou seja, mais por órgãos burocráticos. Então, não tem um peso, um papel político muito relevante. Acredito que, independentemente de qual candidato sair vitorioso, não terá propriamente um impacto — explicou, em entrevista ao Lance!.
Caleb Patterson-Sewell, ex-goleiro da seleção dos Estados Unidos e diretor do Memphis, reforça a visão do especialista. De acordo com ele, pouco se fala sobre o Mundial no país, e a Fifa lidera a organização.
— Não tem conversas sobre a Copa do Mundo, porque aqui normalmente o governo não entra nesses assuntos. O lado esportivo e o do governo é muito separado. A Copa terá um novo presidente, mas não altera nada. A Fifa está em Miami trabalhando na Copa do Mundo, buscando centros de treinamento, hotéis. Eu mesmo falei com eles sobre isso. Na minha opinião, (a eleição) não afeta a Copa do Mundo — disse.
Ponto de atenção para vitória de Trump
Segundo Manuel Furriela, a ressalva existe em caso de vitória de Donald Trump. O resultado poderia afetar a relação dos Estados Unidos com Canadá e México, que também são sedes da Copa do Mundo. Isso porque o político tem divergências com o governo canadense de Justin Trudeau e Claudia Sheinbaum Pardo, presidente recém-eleita do México.
— Terá uma questão com toda a América do Norte. O que pode acontecer é que, em uma cooperação entre os três países, pode haver algum impacto. Principalmente por conta de uma relação não tão próxima de Donald Trump com o governo atual e o recém-eleito — pontuou o especialista.
Trump é favorável ao fechamento das fronteiras com o México, o que exemplifica um provável futuro conflito. Contudo, Furriela acredita que, apesar de possíveis tensões, a tendência é que a Copa do Mundo seja um evento "protocolar".
— Provavelmente não muda o cenário, principalmente pelo ponto da pouca importância que tem essa modalidade esportiva nos Estados Unidos. Para um presidente americano, comparecer numa abertura e no encerramento (da Copa) acaba sendo algo protocolar — concluiu.
Copa do Mundo
O Mundial terá 48 seleções e será disputado entre junho e julho de 2026, período em que o vitorioso nas eleições deste ano estará na cadeira presidencial dos Estados Unidos.
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