Envolvido nas investigações da Operação Penalidade Máxima, Marcos Vinicius Alves Barreira, conhecido como Romário, teve uma conversa obtida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) com prints de diálogos entre ele e um amigo. As mensagens, reveladas pelo G1, mostram uma visita de um trio à casa da mãe do atleta - incluindo um homem armado.
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A conversa envolve o amigo, que recebeu o trio na residência, e Romário. Primeiro, o jogador é questionado se estaria sendo procurado pela polícia e ouve que precisa tomar cuidado, mas admite sobre o que seria o assunto: "os bichos lá das apostas".
Romário, então, diz que já pagou o que devia aos apostadores, mas seu amigo encaminha um áudio em que descreve a visita do trio, que chegou em uma caminhonete branca - e, para ele, tinha outras intenções além do futebol.
- Veio um cara estranho aqui, em uma Ranger branca, procurando o Marcos Vinícius, sabe? Eu falei: 'ele não está', e ele disse que tinha um sobrinho que queria seguir carreira de futebol. Estava com umas conversas meio estranhas, sabe? - disse o amigo do jogador.
A partir daí, o amigo passou a desconfiar que não se tratava de algo relativo ao futebol, até que a arma na cintura do homem comprovou as suspeitas.
- Ele perguntou se eu sabia onde ele (Romário) estava, eu disse que não, que estava viajando. Ele disse assim: 'você tem o telefone da mãe dele?', e eu passei. Depois que passei o telefone, vi que ele era tipo policial civil, sabe? Estava com uma pistola na cintura. Aí, vi que ele não estava caçando influência para futebol. Queria investigar alguma coisa.
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Por fim, ainda de acordo com o áudio - enviado às 10h36 da manhã -, o amigo questiona a mãe do jogador: "Quero saber da senhora se o Romário fez alguma bagunça que a senhora não está sabendo".
Em determinado momento da conversa por mensagens, Romário admite que ainda está devendo aos apostadores e é consolado pelo amigo, que o aconselha a pagar a dívida e "viver uma vida massa". O jogador, então, concorda. Porém, pede sigilo sobre o assunto.
- Vou, mano. Vou pagar isso logo e viver em paz. Mas não comenta com ninguém.
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Em outro print colhido pelo MP-GO, Romário conversa com sua companheira e revela que vinha sofrendo ameaças do grupo, que cobrava o "trabalho" do jogador até o mês de abril.
As investigações começaram justamente quando o atleta, então no Vila Nova, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport, pela Série B. Romário recebeu um sinal de R$ 10 mil, mas não foi escalado para o jogo e tentou recorrer a outros atletas. A ideia chegou até o presidente do clube goiano, Hugo Jorge Bravo, que é policial militar, investigou o caso e entregou as provas ao MP.
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- Os caras me ameaçaram, me mandaram vídeo de arma, falando que se eu não trabalhar para eles até abril, eles vão me matar. E eu não quero trabalhar, então eles estão me ameaçando todo dia - disse Romário à namorada.
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Na resposta, entretanto, a mulher do atleta afirma que o jogador foi avisado pela família, mas, ainda assim, decidiu seguir em frente com o esquema e aceitar "dinheiro fácil".
- Marcos, você procurou isso sozinho. Eu te avisei, sua família te avisou, e você acabou com tudo porque acha que dinheiro fácil é melhor do que batalhar para ter.