O médico Márcio Tannure abriu o jogo sobre o polêmico exame de doping do atacante Gabigol, que o afastou do gramado por meses durante o ano passado. Na época, o profissional era o chefe do Departamento Médico do Flamengo, e acompanhou o processo de coleta de perto. Para ele, houve má fé dos profissionais do controle de dopagem.
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Em entrevista ao podcast "Charla Podcast", o Tannure abriu o jogo sobre a sequência dos fatos daquele dia. Ele contou que Gabigol havia de fato chegado mais cedo no Ninho do Urubu, e por isto, iniciou as atividades antes do exame. Como resultado, ficou impossibilitado de realizar o exame de forma imediata.
O cenário teria gerado desgaste de ambas as partes. Contudo, o antigo chefe do Departamento Médico do Flamengo foi enfático ao afirmar que não houve fraude na coleta.
- É uma grande injustiça. Eu estava lá, sou testemunha no caso. O Gabigol em nenhum momento tentou fraudar o resultado. Isso nunca aconteceu. Lógico, que talvez ele não foi a pessoa mais educada. Tem dias que não é seu dia. Estamos lidando com um ser humano. O Gabriel tem os seus problemas, mas essa punição foi uma das maiores injustiças que já fizeram com ele - iniciou o médico, antes de explicar como funciona o exame.
- Como funciona. Existem dois tipos de exames de doping, o de sangue e o de urina. Existem regras para fazer cada um. Naquele dia, o Gabi chegou 30 minutos antes do treino, o que era algo comum dele. Então, quando pediram para examiná-lo, não era mais possível. Aí, ele precisaria esperar após as atividades. E isso, claro, o deixou descontente né. Mas ele fez o teste. Acredito que foi algo pessoal - concluiu.
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Relembre a polêmica envolvendo Gabigol
A suposta inflação de Gabigol teria acontecido no dia 8 de abril de 2023. Contudo, o caso veio à tona apenas em março do ano seguinte. Na época, o ex-jogador do Flamengo foi acusado por infringir o artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, que fala em "fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle".
A Justiça Desportiva Antidopagem do Brasil alega que o jogador teria desrespeitado os agentes e também não teria seguido os procedimentos corretos dos exames. Um deles seria realizar um dos exames após duas horas de repouso de atividades físicas, o que não teria sido cumprido por Gabigol no Flamengo. Outros jogadores fizeram o exame antes do treino naquele respectivo dia.
O atacante chegou a ser condenado a dois anos de afastamento dos gramados pelo pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD). Contudo, o jogador recorreu ao CAS (Corte Arbitral do Esporte) e conseguiu o direito de continuar em atividade.
O processo sobre o caso ainda corre no tribunal suíço, que ainda não bateu o martelo sobre o caso. Sem definição, Gabigol segue disposto a atuar no futebol, mas ainda aguarda a definição do julgamento para encerrar a polêmica. Atualmente ele defende o Cruzeiro.