O jornalista Mauro Beting decidiu homenagear o ex-jogador Walter Casagrande, que deixou a Rede Globo nesta semana após mais de duas décadas. Beting publicou uma mensagem em uma das suas redes sociais falando sobre sua admiração e respeito por Casagrande e sua influencia na televisão.
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Mauro inicia a carta se dizendo fã do ex-atacante e relembrando o início de Casagrande no Corinthians, em 1982, e do clássico entre o Timão e o Palmeiras naquele mesmo ano, onde Casão fez três dos cinco gols na goleada do o Corinthians sobre o rival por 5 a 1.
- Mesmo ele acabando com meu time num 5 a 1. Fui ainda mais fã dele desde então pela paixão em comum pelo rock e pela luta pela democracia. Não apenas corintiana - escreveu.
O jornalista fala revela o começo da trajetória de Casão na televisão e uma das primeiras vezes de ex-jogador como comentarista:
- E comigo comentar um jogo refazendo a parceria com o Sócrates, no SporTV, pelo SP-95. Logo depois, quando o Magrão deixou o canal, tive a ideia de o convidar para ser comentarista fixo. Não acertaram. Sorte da ESPN. E da Globo que o levou em 1997. Até hoje. Quando eles terminaram contrato.
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Mauro Beting destaca a personalidade e as opiniões de Casagrande, sua coragem de dizer o que pensa
- Casão convocava mais do que o exército para a Seleção. Nem sempre acertava a matemática. Às vezes pegava em alguns pés. Como todos nós. Às vezes defendia algumas teses discutíveis. Como todos. Algumas vezes eu discordava até do que pensamos parecido (...) Casão deixa a Globo. E já deixa saudade. Concordando ou não. Concorrendo ou não. O ótimo é que provavelmente ele não vai deixar mais nada passar barato - destacou.
Em comum acordo, o contrato entre Casagrande e Globo foi encerrado nesta quarta-feira. O vinculo com de Casagrande se encerraria em dezembro, mas as partes optaram por antecipar o fim da relação.
Leia a publicação na íntegra:
Sou fã do Casagrande desde 1982. Mesmo ele acabando com meu time num 5 a 1. Fui ainda mais fã dele desde então pela paixão em comum pelo rock e pela luta pela democracia. Não apenas corintiana.
Na semifinal do SP-86 só ele não merecia perder para o meu time. Jogou demais. Em todas. Por todos.
No Pacaembu, no BR-93, pelo Flamengo, recebeu do corintiano no Pacaembu uma das mais tocantes homenagens a um ex-ídolo. Tanto que voltaria em 1994. Para logo depois se aposentar. E comigo comentar um jogo refazendo a parceira com o Sócrates, no SporTV, pelo SP-95. Logo depois, quando o Magrão deixou o canal, tive a ideia de o convidar para ser comentarista fixo. Não acertaram. Sorte da ESPN. E da Globo que o levou em 1997. Até hoje. Quando eles terminaram contrato.
Casão convocava mais do que o exército para a Seleção. Nem sempre acertava a matemática. Às vezes pegava em alguns pés. Como todos nós. Às vezes defendia algumas teses discutíveis. Como todos. Algumas vezes eu discordava até do que pensamos parecido.
Mas até nisso ele virava o jogo com graça. Com raça. E me fazia sempre mais humano. E mais eu. Se é que isso é bom.
Quantas vezes diretores e figurinistas me falam o quanto estou torto, amassado, mal arrumado na TV. E eu respondia: vocês já viram o Casão na Globo? Me deixa em paz. Todos ríamos. E era tudo verdade. Como é o Casão. Algumas vezes só a dele. Muitas vezes a de muitos. E isso e ótimo. Ainda mais por 25 anos globais.
Casão deixa a Globo. E já deixa saudade. Concordando ou não. Concorrendo ou não. O ótimo é que provavelmente ele não vai deixar mais nada passar barato. Nunca deixou.
Coragem a gente chama. Eu posso chamar Casagrande. Sempre.
Boa sorte, ídolo