Mestres de bateria do Salgueiro, Guilherme e Gustavo contam paixão pelo Vasco

Irmãos estão no comando da bateria Furiosa desde 2019

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Lucas Boustani
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Leonardo Damico
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Matheus Guimarães
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 28/02/2025
08:00
Atualizado há 21 minutos
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O Carnaval do Rio de Janeiro se inicia nesta sexta-feira (28), com os desfiles das escolas de samba da Série Ouro. Para aproveitar a data, o Lance! conversou com os irmãos Guilherme e Gustavo, mestres de bateria do Salgueiro, agremiação do Grupo Especial do Carnaval do Rio, e torcedores do Vasco da Gama.

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Guilherme e Gustavos, mestres da bateria Furiosa do Salguiero, são torcedores do Vasco da Gama (Foto: Lance!)

A dupla revelou que a paixão pelo clube cruzmaltino vem de berço. A principal figura responsável pelo sentimento foi o pai. Eles contaram, que senhor Antonio José de Oliveira, mais conhecido como Tuninho, cultivou a paixão deles pelo clube desde criança. No samba, a figura paterna também foi crucial pela escolha do Salgueiro.

- Tanto o Vasco como o Salgueiro, foram por causa do nosso pai. A gente nasceu na Silva Telles, rua da quadra do Salgueiro, e nosso pai já era diretor da escola... Chega a ser engraçado assim, porque o nosso pai ele era fanático pelos dois. Para ele, não existia outra coisa a não ser Salgueiro e Vasco da Gama - iniciou Guilherme, antes de ser completado pelo irmão.

- Ele saia de casa com a gente falando para nossa mãe que ia de arquibancada ou cadeira, mas quando a gente chegava lá, os ingressos esgotados, a fila da geral ali do lado, era lá mesmo. A porrada estancando na fila, e daqui a pouco ele voltava com os ingressos. Lá dentro, era a galera jogando mijo, bomba e ele nem aí com a gente. A briga acontecia e a gente só mudava de lado - concluiu Gustavo.

Além disso, os mestres da bateria Furiosa do Salgueiro também falaram sobre outros temas relacionados ao Carnaval, futebol, e claro, Vasco da Gama. Em tom humorado, os dois contaram histórias, realizaram análises e previram o ano de 2025 do clube alvinegro.

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Guilherme são mestres da bateria Furiosa do Salgueiro e torcedores do Vasco da Gama (Foto: Arte/Lance!)

Confira outros trechos da entrevista com Guilherme e Gustavo

Paixão clube x paixão escola de samba

Guilherme: "Eu acho que a paixão pode ser igual. Mas a forma de torcer é diferente. Porque, eu sou vascaíno, e por isso, não gosto de nenhum outro clube carioca. Mas eu também sou salgueirense e amo todas as escolas de sambas. Gosto demais de escutar os sambas, de acompanhar e de ver. Gosto de todas as baterias. Agora, não vem falar de outro clube comigo não".

Gustavo: "Tem uma diferença também, que no carnaval se tem um foco em um momento do ano, logo no início, onde as pessoas torcem para ser campeão só neste período. No futebol não, é o ano inteiro acompanhando e fazendo conta (risos). O fanatismo pelo carnaval vai se aflorando durante o ano". 

Loucura pelo Vasco

Guilherme: "Eu sou mais tranquilo. Mas fico revoltado logo. No último jogo agora, entre Flamengo e Vasco, a gente tinha acabado de realizar um belo ensaio técnico. Então, eu estava muito feliz. Mas quando a gente chegou na quadra, tinha acabado de começar o jogo, e o Vasco tomou um gol de pênalti, uma porrada de moleque flamenguista perturbando o Gustavo, aí saí. Estava muito feliz (com o ensaio) por isso. Mas o Gustavo não, ficou lá discutindo. Então, ele é muito mais maluco do que eu.

Gustavo: "Eu sou mesmo. Teve pontos de eu ir para São Januário só para ver o primeiro tempo e depois sair para trabalhar. Isso a gente tinha acabado de assumir a bateria. O jogo começou às 21h, e a nossa apresentação era às 23h30. Botei a camisa do Vasco, uma calça e um tênis branco, e fui para o jogo, mas com uma camisa do Salgueiro reserva. Quando deu 10 minutos do segundo tempo, saí e fui direto para a quadra".

Atual momento do Vasco 

Gustavo: "Falta dinheiro".

Guilherme: "Vou um pouco além, a questão da contratação é mais importante. Porque se analisarmos algumas contratações que o Vasco fez, gastando dinheiro, no meio do ano trazendo cinco jogadores, e isso se gasta, mas são cinco bancos. Jogadores que não são titulares. Porque não contrata três titulares. Por quê contratar cinco bancos. Mas isso assistindo de longe. Além da grana, falta organização".

Gustavo: "Não é só isso também. Todo mundo precisa de dinheiro para se estruturar e se organizar. Mas eu acho, até mais com o Pedrinho, a gente sabe da história dele, mas faltam um pouco mais das pessoas entenderem o que o Vasco representa. Vejo muito jogador fazendo corpo mole em campo. A galera precisa entender mais o que é representar no peito a cruz de malta do Vasco. Eles mexem com os sonhos das pessoas".

Lembraça do título da Copa do Brasil e do chute do Diego Souza 

Gustavo: "Na final da Copa do Brasil, eu assisti na casa de um amigo lá do Salgueiro. Mas na época, a Escola tinha um vice-presidente que era torcedor fanático do Flamengo, o falecido Marcelo Tijolo, e ele meteu uma bandeira enorme do Flamengo na frente da quadra. Aí achei um abuso. Quando acontece aquele gol do Éder Luiz, eu já fui para rua gritar. Mas ainda tinha jogo. Quando acabou, eu sai correndo para rua, sai chutando as mesas deles, deitei na rua chorando e gritando. Depois ainda fomos para a Praça Vanhargem comemorar o título".

Guilherme: "A gente tem hoje um presidente da Velha Guarda, o Galdino, que foi jogador do Vasco. Essa camisa aqui é dele até. Ele sempre manda os vídeos dele, em preto em branco ainda. Ele é da época do Roberto Dinamite. Deixar um abraço para ele".

Gustavo: "Na Libertadores, eu estava muito nervoso. Eu tinha pra mim, que se a gente passasse do Corinthians, a gente seria campeão daquele ano. Quando ele partiu em direção ao Cássio, a gente já estava pulando. Aí depois fiquei, 'não é possível'. Mas aconteceu". 

Quando o Vasco quase caiu em 2023

Guilherme: "Só pra deixar registrado aqui, há dois anos atrás, quando o Vasco estava brigando para não cair, a gente estava no palco do Barra Music na última rodada do Brasileiro. O telefone estava no chão e a gente assistindo o jogo".

Gustavo: "Quando saiu aquele gol do Paulinho a gente deu mó gritão. Os caras da banda olharam pra gente e fingimos que nada tinha acontecido. Quando acabou o show, guardei os instrumentos e fui direto para São Januário". 

Vasco em 2025

Guilherme: "Para esse ano, estamos torcendo para que algo mude. A gente vendo o Campeonato Carioca, dá para perceber que está complicado"

Gustavo: "É mas a cada ano que passa, vemos o Carioca sendo uma 'pré-temporada de luxo' dos grandes clubes. Isso na minha visão. Espero que o Vasco esteja com esse pensamento, porque o futebol apresentado em campo não está maneiro não. No papel, temos grandes jogadores, Phillipe Coutinho e Payet. O Vegetti, um cara que é matador ali. Temos um time legal. O Carille é conhecido pelo famoso 1 a 0 é goleada. Vamos ver se ele consegue colocar essa filosofia no Vasco. Se ele conseguir, 1 a 0 pra gente tá de bom tamanho". 

Carnaval 2025

Gustavo: "Pode esperar que o Salgueiro vai vir muito forte e na briga pela décima estrela. A comunidade está com esse desejo entalado na garganta. A Escola está unida e feliz em prol do título. Estamos vindo muito forte. As alegorias não tem o que falar, nunca vimos o Salgueiro com um barracão tão arrumado e limpo. Então, a gente consegue ver o nível de organização e vontade de vencer. Podem esperar também a bateria Furiosa dando mais um show na avenida".

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