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Ministério Público usa Copa América como argumento para retorno das aulas presenciais: ‘Não há maior incoerência e hipocrisia’

Torneio foi realizado no Brasil com presença de público na final; LANCE! teve acesso ao conteúdo integral do documento

Final Copa América 2020 - Brasil x Argentina
imagem cameraMessi levantou o caneco com público no Maracanã; excepcionalidade da Copa é argumento do MPF para fim do ensino remoto  (Foto: CARL DE SOUZA / AFP)
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Lance!
Ricardo Guimarães e Rodrigo Portella
Dia 14/07/2021
10:41
Atualizado em 14/07/2021
11:00

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O Ministério Público Federal (MPF) protocolou uma ação civil pública  com pedido de tutela provisória de urgência para solicitar o retorno das aulas presenciais em universidades federais, centros tecnológicos, institutos e colégios federais situados no estado do Rio de Janeiro. O órgão usou como argumento a realização da Copa América no Brasil, com presença de público na final, no Maracanã, classificando o ato como incoerente e hipócrita. O LANCE! teve acesso a íntegra do documento.

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O documento pede o retorno das aulas presenciais até outubro, afirmando que o ensino remoto não se justifica mais.

- Objetivando que o Poder Judiciário determine, a título de tutela provisória de urgência, que as rés retornem à prestação do serviço público de educação na forma presencial, até o dia 18 (dezoito) de outubro do corrente ano, haja vista que o ensino remoto não mais se justifica diante dos fatos a seguir descritos, inclusive em razão do calendário estadual de vacinação - diz um trecho do documento.

O MPF embasou o pedido de retorno às aulas presenciais a uma pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento – publicada em fevereiro de 2021. O estudo entende que em uma sociedade com a pandemia controlada seria possível o retorno dos alunos as escolas.

- Ao avaliar especificamente a situação na América Latina, concluiu que “com uma estratégia bem implementada para controle da Covid-19, em contextos onde a doença está controlada, é possível manter as escolas abertas sem consequências significativas na transmissão comunitária do vírus - disse.

O texto arremata afirmando, em letras garrafais, que a realização da Copa América se torna inadmissível em um pais com escolas fechadas por conta da pandemia e que essa excepcionalidade abriria uma espécie de precedente para o retorno. A competição deveria ter sido feita na Argentina e acabou sendo realizada no Brasil justamente por restrições do país vizinho.

- Ora, no País e no Estado que sedia um torneio internacional de futebol, há escolas fechadas por 1 (ano) e três meses! NÃO HÁ MAIOR INCOERÊNCIA e HIPOCRISIA! - destaca.

A Copa América teve fim no sábado com a Argentina campeã, no Maracanã, encerrando um jejum de 28 anos. O evento foi realizado no Brasil por causa de um acordo político entre até então presidente da CBF, Rogério Caboclo - hoje afastado por denúncias de assédio -, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

A disputa foi questionada por parte da população na internet, por jornalistas e especialistas em infectologia. Mesmo assim, foi realizada, o que acabou acarretando, segundo o Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, na introdução da cepa B. 1.216, variante da Covid-19, inédita em território brasileiro.

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