O presidente do Conselho Deliberativo do Athletico Paranaense, Mario Cesar Petraglia, mandou que uma repórter da Gazeta do Povo se calasse durante entrevista coletiva na última segunda-feira. O dirigente se irritou após ser questionado pela repórter Luana Kaseker sobre a divida do clube pela Arena da Baixada.
O dirigente não gostou da pergunta pois a coletiva convocada para abordar outro assunto, o caso de doping envolvendo os jogadores Thiago Heleno e Camacho. Ao mudar a pergunta para o caso de doping do atleta Bruno Guimarães., Petraglia chegou a ameaçar não permitir mais que a Gazeta do Povo tivesse acesso às entrevistas dentro do clube.
Em entrevista ao 'UOL Esporte', a repórter afirmou que se sentiu humilhada diante da situação.
- Eu sou uma pessoa bastante calma, mas nunca havia passado por isso na vida. Eu me senti humilhada. Estava apenas exercendo minha profissão. Fiquei em choque e nervosa, mas procurei não desrespeitá-lo para não aumentar a situação - afirmou.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) repudiou o 'ataque' ao trabalho da profissional em nota oficil.
- A falta de respeito com profissionais da imprensa se tornou corriqueira, mas é lamentável e inaceitável. Impedir jornalistas de trabalhar por não gostar das perguntas feitas viola o livre exercício profissional. Casos de violência contra jornalistas vêm crescendo muito no Brasil, especialmente quando existem mulheres trabalhando na cobertura esportiva. O setor está entre os que mais registram situações de intimidação, assédio, machismo e agressão. Não podemos permitir que isso continue acontecendo - afirmou trecho da nota.
Diante da repercussão, o dirigente usou seu Facebook para criticar a profissional.
- Oportunista como sempre, tentou misturar os assuntos para enfatizar sua maldade e nos trouxe completamente fora do contexto uma pergunta sobre o Balanço recém-publicado - disse Petraglia em trecho da publicação.