O repórter Guilherme Gonçalves viu sua rotina de trabalho ser impactada após levar uma resposta atravessada do treinador Abel Ferreira, do Palmeiras, em coletiva de imprensa após a vitória sobre o Botafogo, na noite desta segunda-feira. Em contato com o LANCE!, o jornalista lembrou do clima na sala de imprensa após a resposta do treinador.
+ Relembre os jogos da invencibilidade do Palmeiras fora de casa no Brasileirão
- Os jornalistas presentes na sala me deram um apoio. Todos meio que em estado de choque, alguns mais estressados. Mantive-me bem calmo, não fiquei nem um pouco estressado mesmo. De ontem à noite para cá, o mais complicado foi desmentir uma Fake News. Que eu havia provocado ele com uma pergunta na coletiva de Fluminense x Palmeiras. Mas eu nem estava presente nessa coletiva - disse.
Guilherme lembrou que fez a pergunta para Abel com cuidado sabendo do histórico do treinador de ser combativo com perguntas que não o agradam.
- A coletiva com Abel é algo diferente do habitual. Nós já sabemos como ele se porta. Por isso, fiz uma pergunta até bem “bondosa”. Elogiei, para chegar ao meu objetivo. Com o intuito de tentar extrair algo, de alguém que tradicionalmente é difícil, nessas situações - disse.
+ Abel Ferreira dá “cutucada” em coletiva: relembre entrevistas “quentes” do técnico do Palmeiras
O repórter falava sobre a eficiência tática da equipe do Palmeiras mesmo com um a menos, quando foi surpreendido pelo treinador.
- É por isso que sou treinador e vocês jornalistas. Se quiserem, vão à CBF e façam o curso, depois sentem-se aqui no meu lugar. É isso que têm que fazer - disparou o comandante do Verdão.
- Vários colegas disseram que eu deveria ter respondido. Não acho muito adequado, dentro da liturgia do meu cargo, imagino. Estou ali para perguntar e ele responder. Não é debate, coletiva. O que se espera é uma postura adequada de ambos os lados - disse o jornalista, sobre sua falta de reação após a resposta do treinador.
Guilherme ainda falou do sentimento que teve após a repercussão do caso. O repórter diz que torceu para que ele tenha não tenha entendido sua pergunta, apesar de pontuar que foi o mais claro possível.
- Sinceramente, eu torço, e muito, para que eu tenha sido mal compreendido. Apesar do histórico dele com outros colegas, eu torço para que não tenha entendido. Contudo, a pergunta foi bem clara, tentar entender como o Palmeiras consegue manter tanta qualidade e, ainda, estabilidade tática, com jogadores a menos. Uma pergunta, mas um elogio. Certo? Assim, espero que ele tenha entendido outra coisa, ou que tentei levar para o outro lado. Que aí é só um erro interpretativo da parte dele. Caso tenha sido consciente a resposta, configura falta de educação, para mim e até um pouco de maldade - afirmou.
- Não com o Guilherme Gonçalves em especial, mas talvez (fosse) um recado dele para todos os jornalistas esportivos do Brasil. E acredito que nós, os que fazem um trabalho sério, não merecíamos tal colocação - concluiu.
O LANCE! procurou Abel Ferreira para um posicionamento sobre o caso e apurou com fontes próximas que o treinador disse que não entendeu bem a pergunta do repórter e que se enrolou na resposta ao interpretar mal a palavra "expulsão".
A fonte relatou ainda que o treinador estava chateado por causa do cartão amarelo recebido e que pediu o telefone do jornalista para conversar sobre o ocorrido. Questionado pelo L!, Guilherme afirmou que foi procurado para saber se falaria com Abel Ferreira, mas que o papo não teria acontecido até o momento da publicação desta reportagem.