Criado em uma origem bastante simples, o atacante Richarlison conta com aquelas histórias que desafiam as estatísticas. Criado em Nova Venécia, uma cidade com 50 mil habitantes no Espírito Santo, quem vê o atacante da Seleção Brasileira e do Everton hoje, não imagina o quão difícil foi o caminho percorrido até chegar aqui.
Em entrevista ao 'O Globo', o atacante, que foge de ostentações e já visa o futuro, contou como vê o seu patamar financeiro comparado ao início de sua vida, onde 'não tinha praticamente nada'.
- Eu não tinha praticamente nada na infância, e, de repente, posso ter quase tudo. Então dou valor, penso no futuro. Não vou comprar um carrão. Invisto em imóvel, em outras coisas para o futuro. Como este apartamento aqui. Mãe, pai, tio, avó, já dei casa própria à todos. Meus tios têm carro, minha mãe gosta de moto e eu comprei uma para ela. Minha irmã tem três filhos e eu ajudo com educação e saúde deles -, afirmou Richarlison.
Revelado pelo América-MG através de uma chance concedida por Régis Masarin, um treinador de sua cidade natal que conseguiu o teste para o atacante, Richarlison revela que muitos de seus amigos na infância trabalham de forma humilde, mas outros estão presos.
- Os amigos que jogavam comigo hoje trabalham em supermercado, outros na roça. Muitos amigos da rua estão presos. Eu tinha tudo para ser marginal. Mas tive meu tio me aconselhando, tive o Fidel, um treinador que era policial, me falando que eu tinha talento. O futebol me levou para o caminho certo -, confessou.
O atacante já deu algumas declarações sobre como não se sente pressionado devido aos problemas que enfrentou durante a sua infância. Questionado sobre as declarações, o 'Pombo' afirma que só tem um medo: as lesões.
- Não tenho medo de nada no campo. Faço o que amo. Medo, só tenho de lesão. A dificuldade foi o frio. Mas vejo jogadores que falam em depressão, em adaptação. Pra mim aquilo não era uma dificuldade. Nunca fui mesmo um moleque de ficar em família. Ficava na rua com os amigos -, finalizou.