Treinamentos mentais ajudam a melhorar desempenho nos esportes

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Os benefícios da prática de atividades físicas para o corpo como emagrecer, diminuir o risco de doenças cardíacas, fortalecer o sistema imunológico, dentre tantos outros, já são conhecidos da opinião pública. Alguns atletas, profissionais e amadores, têm ido além. Muitos deles têm buscado exercícios para a mente, com o objetivo de melhorar o desempenho esportivo nas modalidades que praticam. Métodos inovadores de treinamento cerebral prometem mais foco, concentração e agilidade de raciocínio.

A fonoaudióloga Tathiana Tavares é responsável por uma das franquias do método Supera, uma rede de escolas que oferece um curso de ginástica cerebral. Nas aulas que acontecem no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, os alunos aprendem sobre o funcionamento do cérebro, descobrem novas habilidades, e praticam diferentes atividades que estimulam a memória, a capacidade de atenção, concentração, foco e solução de problemas. Entre os clientes de Tathiana, estão alguns atletas. Ela vê como natural esta procura e explica como o treinamento do cérebro pode ser útil no esporte.

– A estimulação é feita de maneira bem variada com os alunos. A ginástica para o cérebro tira as pessoas do piloto automático, da zona de conforto. Fazemos com que os alunos superem desafios e alcancem seus objetivos. Como nosso método estimula habilidades cognitivas, o atleta se torna mais hábil, melhora a visão estratégica, aumenta a velocidade de raciocínio, o foco e a concentração na execução das atividades. Por exemplo, um judoca terá mais foco e visão estratégica ao aplicar um golpe. Dessa forma, será um atleta mais habilidoso - disse Tathiana.

A prática da ginástica para o cérebro é composta por três princípios fundamentais: novidade, variedade e grau de desafio crescente e constante. Ela também promete melhoras na autoestima, autoconfiança, relacionamento interpessoal e coordenação motora.

O adolescente Eduardo Brandão Britto Ferreira, de 14 anos, confirma a teoria da fonoaudióloga. Atleta de futebol de campo e futsal na Associação Atlética Light, no Rio, ele garante que consegue compreender melhor as instruções do treinador desde que começou a praticar a ginástica cerebral.

– Eu sinto que a Ginástica para o Cérebro ajuda no desenvolvimento do desempenho no futebol, porque me ajuda a memorizar, compreender e praticar as jogadas táticas e as instruções técnicas do treinador. Ela ajuda o jogador a desenvolver suas habilidades particulares – disse o atleta.

O treinamento neuro-integrativo (TnI), método ainda pouco conhecido no país, é outra técnica que promete melhorar o condicionamento físico e mental de atletas. Criado pela educadora física carioca Rosangela Sanz, o tratamento será ministrado em maio desse ano na Universidade de Hilo, no Havaí.

– O treinamento neuro-integrativo é a base para prática de qualquer esporte, podemos trabalhar a reabilitação funcional e serve também como prática preventiva. O cérebro não entende os músculos, ele entende movimento integrado. Olhamos para o indivíduo em seus diferentes aspectos: físico, mental e espiritual – explica.

Rosangela é gestora da Escola de Movimento CORPO Movimento Inteligente. Ela explica que o local não é uma academia, e sim a reunião da fisioterapia, da educação física e da medicina voltada para atletas e pacientes comuns para tratamento e para treinamento baseados em dados científicos. Cada aula utiliza um método específico para cada participante na qual ele é submetido antes a uma avaliação física e funcional.

A remadora master de canoa havaiana, Lolita da Rocha Pimenta é uma das adeptas do Tnl. Para ela, os exercícios contribuem para uma melhor recuperação dos treinos.

– A recuperação de treinos e provas é bem mais rápida. O meu corpo passou a obedecer a minha vontade e me sinto mais segura das minhas possibilidades por ter adquirido conhecimento do meu próprio corpo e assim estar melhor preparada para as competições – disse Lolita.

*Sob a supervisão de Aigor Ojêda