UFC anuncia acordo bilionário em processo movido por lutadores contra a empresa

Companhia evitou que caso chegue nos tribunais

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O caso denominado "processo antitruste" ganhou mais uma página nesta quinta-feira (26). Alvo de duas ações distintas da naturezas semelhantes, liderada por ex-lutadores contra a organização, o UFC chegou a um novo acordo para tentar encerrar uma delas, o chamado 'caso Le', em alusão a Cung Le, um dos lutadores que encabeçaram o processo.

Para evitar que a ação chegue nos tribunais, o UFC divulgou que chegou a um acordo de 375 milhões de dólares (cerca de R$ 2 bilhões) para os lutadores que processaram a empresa presidida por Dana White. O processo de Le começou há quase uma década, em dezembro de 2014.

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Além do processo de Cung Le, ainda está em andamento o "caso Johnson", liderado pelo lutador Kajan Johnson. Cinco ações coletivas separadas entre dezembro de 2014 e março de 2015 foram eventualmente consolidadas em uma. Posteriormente, em uma segunda ação separada, movida em 2021, surgiu a ação de Johnson. Somados, os casos comportam cerca de 1200 ex-atletas do UFC.

O UFC sempre esteve disposto a evitar o julgamento nos tribunais, inclusive, a empresa já havia chegado a um acordo com os demandantes. Em março deste ano, a companhia havia acordado pagar 335 milhões de dólares (cerca de R$ 1,8 bilhões) para terminar a novela com os lutadores. Apesar do prejuízo iminente, a movimentação de Dana White nos bastidores se justificava, já que as ações judiciais movidas contra a organização, em conjunto, buscavam indenizações de até 1,6 bilhões de dólares (cerca de R$ 8,7 bilhões na cotação atual).

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O juiz Richard Boulware rejeitou um acordo inicial proposto pelo UFC, considerando que o valor oferecido era insuficiente diante da complexidade do caso. Ele marcou a continuidade do processo para 3 de fevereiro de 2025. Após a negativa, o UFC aumentou o valor da oferta e desmembrou as ações. Se o novo acordo for aceito, a organização ainda terá que lidar com o ‘caso Johnson’ separadamente ou propor outra solução para encerrar essa parte do litígio. A ‘TKO Group Holdings’, controladora do UFC, revelou que o acordo anterior envolvia apenas o processo liderado por Cung Le, sem mencionar a ação de Kajan Johnson.

O UFC enfrenta acusações de práticas antitruste, supostamente violando a 'Lei Sherman' ao adotar estratégias para controlar o mercado e suprimir a concorrência, usando contratos exclusivos e coerção. Ex-lutadores como Cung Le, Kyle Kingsbury, Kajan Johnson e Brandon Vera lideram a ação, afirmando que essas práticas ilegais prejudicam os direitos e salários dos atletas. Recentemente, a ‘TKO’ chegou a um acordo de 375 milhões de dólares com os reclamantes do processo de Cung Le, valor que será pago em parcelas e pode ser dedutível para fins fiscais, aguardando aprovação judicial.

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