O texto a seguir contém relatos e descrições de abuso sexual, os quais podem causar gatilhos em algumas pessoas
A jovem albanesa vítima de violência sexual, crime pelo qual Robinho foi condenado pela justiça italiana em 2022, comentou publicamente o caso pela primeira vez, em documentário lançado pela Globoplay nesta quarta-feira (30).
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Com sua identidade reservada, Mercedes revelou detalhes da noite do dia 21 de janeiro de 2013, data do crime, e como sua vida foi transformada. Segundo divulgado pela produção, a conversa aconteceu na Albânia, seu país de origem, e teve duração de 1 hora e 44 minutos.
Mesmo com a vitória na justiça, a vítima entende "que não é possível superar" o fato. Naquela segunda-feira, ela completava 23 anos e convidou algumas amigas para comemorar no Sio Café, boate localizada em Milão, na Itália.
Robinho, que defendia o Milan à época, tabém estava no local com outros cinco amigos. Integrantes de ambos os grupos se conheciam e, após algumas horas, a vítima foi levada por amigos do ex-jogador a um camarote, onde aconteceu o crime.
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Durante a entrevista, Mercedes relembra a estratégia utilizada pela defesa de Robinho, que se utilizou de fotos nas redes sociais para tentar danificar sua reputação.
- Pegaram fotos das minhas redes sociais, em que havia um copo em cima da mesa e me descreveram como uma “mulher fácil”. Foi ridículo - afirmou.
Questionada, a albanesa detalhou o sentimento ao receber a condenação de Rodinho. Ela afirma que sua denúncia não tem como objetivo principal expor e punir seus agressores, mas servir como aprendizado e exemplo para futuras mudanças.
- Espero que meu testemunho seja útil. Não para condenar de novo em nível midiático ou para humilhar publicamente. Mas que possa servir como ensinamento. Porque no fim é muito fácil chegar à sentença, à condenação. Seria justo que se pare antes, que isso não aconteça. É nisso que precisamos trabalhar - ressaltou.
Robinho recebeu a condenação em última instância pela justiça italiana no dia 19 de janeiro de 2022. Já em março de 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que ele cumpriria pena em território nacional, e o ex-atacante segue detido desde então.