O Fortaleza aprimorou o Departamento de Performance Humana das Categorias de Base visando melhorar as condições para o alto rendimento dos atletas. Com a ferramenta Biofeedback, desenvolvida pela cardioEmotion, a psicóloga Liana Benício começou a trabalhar diretamente com o equilíbrio emocional e fisiológico dos jogadores para terem bom desempenho dentro e fora de campo.
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Liana explica que, além da psicologia, a ferramenta precisa estar integrada com outras áreas, como nutrição, medicina, fisiologia e preparação física:
- Entendemos que o rendimento do atleta é um trabalho global. Não é só campo, técnico ou tático. O atleta precisa cuidar do corpo dele. Para isso, precisa estar em equilíbrio de forma fisiológica e aspectos nutricionais. Esse equipamento trabalha com a psicofisiologia.
Segundo a psicóloga, o objetivo da ferramenta é ajudar a reduzir o estresse, ansiedade, depressão, insônia e outros aspectos emocionais dos jogadores. Todos esses fatores atrapalham o atleta para o alcance do alto rendimento. De adultos até crianças, a ferramenta aborda todas as idades. Assim, os atletas do Sub-11 até o Sub-20 do Fortaleza podem buscar esse equilíbrio corporal.
- Na clínica, já trabalho com crianças, de 11 e 13 anos, mas faço com a minha filha, que tem sete anos, por exemplo. Então, assim desde pequenininho, que precisamos aprender a se condicionar, entender se estamos muito acelerados, se a fala está muito acelerada e se coração está batendo rápido. Ensinamos a psicoeducação, onde você reconhece o seu corpo - destacou a profissional.
O atleta Fernando Rebelo, zagueiro da categoria Sub-20 do Leão, faz os procedimentos do biofeedback desde maio de 2021.
- É um trabalho muito bom que a Liana faz com a gente. Fora de campo, eu percebi que consegui ter menos ansiedade e viver uma vida mais saudável. E dentro de campo, percebi que consegui me auto regular mais. Tive uma lesão, e dentro desse tempo, eu fiz os trabalhos de biofeedback e foram muito bons para a minha recuperação - conta o atleta.
No Brasil, o Fortaleza se destaca por esse departamento voltado para dar suporte emocional e psicológico aos atletas no dia a dia. Além de Liana Benício, psicóloga das categorias de base, há também uma responsável pelo profissional, Nara Alciane.
- O Fortaleza busca ressignificar a ideia ultrapassada de que a psicologia está ali apenas para trabalhar com o problema. Devemos ser vistos como um agregador no grupo como um todo, que direciona seu trabalho no rendimento, foco, atenção, trabalhando as habilidades e demais fatores que tragam bom retorno à prática. A psicologia no contexto esportivo propõe entender como fatores psicológicos influenciam diretamente o rendimento do atleta - comentou Nara.
A psicóloga do Leão do Pici ainda acrescenta que trabalhar com pessoas requer muita sensibilidade e que ainda existem algumas resistências, fruto de uma cultura que por muito tempo se fez presente: de que estar em acompanhamento com a psicologia é algo negativo.
- Há uma sensibilização de que podemos auxiliar no desenvolvimento de habilidades e assim estamos ganhando novos espaços. A psicologia tem direcionado sua prática em atendimentos individuais, se fazendo presente em treinos, jogos e atividades que os envolvidos estejam inseridos - finalizou.
Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, reconhece a importância de ter uma equipe preparada para dar um suporte emocional adequado aos atletas:
- É fundamental ter esse alinhamento entre corpo e mente preparado e ter profissionais especializados, porque a psicologia esportiva é um ramo bem específico, de alto rendimento, de competição, de lidar com seus medos e com seus traumas.