Quatro títulos em dois anos: Fortaleza comemora sucesso na gestão dentro e fora dos gramados
Leão do Pici organiza processos internos e colhe frutos ao viver período mais vitorioso de sua história<br>
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O Fortaleza tem motivos de sobra para celebrar os resultados das últimas temporadas. Com o título do Campeonato Cearense, conquistado no último domingo (18), o clube consolidou ainda mais a grande fase que se mantém desde 2017. Mas a equipe mostra também que, para conseguir bons resultados, é necessária uma gestão com planejamento bem definido para alcançar os objetivos traçados, ainda mais no adverso cenário imposto pela propagação da Covid-19.
A pandemia do novo coronavírus representou um desafio inédito para os clubes brasileiros e o Leão do Pici não é uma exceção. Diminuição no quadro de sócio-torcedores, queda nas receitas com bilheterias de jogos e vendas em lojas oficiais, além da perda de patrocinadores são alguns dos fatores que impactaram negativamente os times no país durante o período de isolamento social.
Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, explica as ações tomadas para diminuir os prejuízos causados pela pandemia:
- Precisamos de muita criatividade para gerar novas receitas e reduzir despesas, além de renegociar com fornecedores e credores, para termos um fluxo de caixa melhor. Toda diretoria se envolveu nesse processo. Depois que os jogos retornaram, houve uma pequena melhora no cenário, já que as lojas também voltaram a funcionar e outras receitas começaram a entrar, mas ainda estamos vivendo um desafio.
Desde o início da gestão de Marcelo Paz, o clube foi campeão da Série B, em 2018, do Campeonato Cearense e da Copa do Nordeste em 2019, além do bicampeonato no torneio estadual alcançado recentemente.
A equipe também comemora a boa campanha feita na Série A do ano passado, competição que não participava desde 2006. Além de garantir a permanência na elite, objetivo inicial, conseguiu ainda uma vaga na Copa Sul-Americana, garantindo sua primeira participação em um torneio internacional.
E, em 2020, a fase do time no maior campeonato do país também surpreende. O time está invicto há sete jogos no torneio e ocupa a sétima colocação com 24 pontos, três a menos que o quarto colocado, o São Paulo. O clube, porém, prioriza o planejamento e mantém os pés no chão.
- Metas mais elevadas só podem ocorrer se estiverem diretamente ligadas à questão financeira. Este cenário passa a melhorar a partir do momento que ocorrem grandes vendas de jogadores ou com o avanço em torneios internacionais e na Copa do Brasil. É um processo que depende de diversos fatores e este é o maior deles - afirma Paz.
Um dos grandes acertos de Paz sobre o comando do clube foi a escolha do treinador. Rogério Ceni chegou em novembro de 2017 e, desde então, marcou o seu nome na história do tricolor de aço. A organização fora de campo se traduziu para os gramados e, desde a chegada de Ceni, o Fortaleza foi de time com o maior número de trocas no comando na era dos pontos corridos para o time com o segundo técnico mais longevo do futebol brasileiro - atrás apenas de Renato Gaúcho, no Grêmio. Terceiro, se contarmos apenas a partir de seu retorno ao clube após breve passagem pelo Cruzeiro.
- A permanência do treinador por muito tempo, sem dúvida alguma, passa pela gestão, que é quem tem a prerrogativa de contratar e manter um trabalho. E o exemplo recente do Fortaleza, de 2017 para cá, é o que entendemos como correto no futebol. Se você olhar para o elenco, muitos jogadores também estão há bastante tempo, com mais de 100 jogos no clube. Isso cria uma identificação e compreensão ao modelo de jogo - analisa o presidente.
Agora, o Fortaleza tem um novo desafio. O time volta a campo no domingo (25) às 20h30, diante do São Paulo, em partida que vale a importante classificação para as quartas de final da Copa do Brasil. No jogo de ida, o Tricolor do Pici segurou um empate em 3 a 3 com os paulistas.
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