O Super Bowl LV, entre Tampa Bay Buccaneers e Kansas City Chiefs, coloca dois times fortes ofensiva e defensivamente, como você já leu aqui no Lance! nos dias anteriores. Mas fora de campo também terá um duelo de estratégia, com dois excelentes head coaches comandando cada sideline.
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Camisa havaiana e hambúrguer
Andy Reid, do Kansas City Chiefs, chega ao seu terceiro Super Bowl – dois com o time do Missouri e um com o Philadelphia Eagles - , e busca o título pelo segundo ano consecutivo. Reid é treinador na NFL desde 1999, quando foi contratado pelos Eagles, após destaque como treinador de quarterbacks no Green Bay Packers. A aquisição foi extremamente contestada por muitos, que consideravam que Reid não tinha o lastro para gerenciar um time na NFL.
A resposta para os críticos foi rápida. Logo em seu segundo ano, Reid comandou uma campanha 11-5 com Philadelphia. Entre 2001 e 2004, o head coach liderou a franquia da Pensilvânia a quatro finais da Conferência NFC, perdendo três vezes na ocasião e chegando ao Super Bowl em 2004. Em 2012, a história de Andy Reid com Philadelphia chegou ao seu final, após uma campanha fraca, com apenas quatro vitórias em 16 jogos.
O Kansas City Chiefs, que estava apagado na NFL, foi em busca do gênio ofensivo, e ele mudou a cultura da franquia, chegando aos playoffs logo no primeiro ano. Desde 2016, os Chiefs vencem a divisão AFC West e Reid comandou o time a três finais da AFC seguidas, nas últimas três temporadas – sendo por muitos considerado o melhor time de toda NFL. Andy Reid potencializou o talento de Patrick Mahomes e montou um dos melhores ataques da história da NFL, repleto de velocidade e criatividade.
Reid é solícito em suas entrevistas e de uma personalidade afável. Costumeiramente, o treinador aparece de camisas havaianas, bem despojado. Além disso, costuma comemorar suas vitórias com um cheeseburger. Aliás, já falou que tem um belo hambúrguer o esperando em casa se os Chiefs venceram novamente o Super Bowl.
Boinas e sem papas na língua
Bruce Arians parece um simpático vovô sorridente, de boina e um óculos moderninho. Mas o head coach dos Bucs não tem papas na língua quando se trata de criticar seus próprios jogadores. No início da temporada, o treinador foi alvo de polêmicas e criticado até por Brett Favre após apontar erros de Tom Brady em uma derrota de Tampa Bay. Mas parece que a tática funcionou bem, com o time da Flórida chegando ao Super Bowl pela primeira vez após 18 anos.
Arians é considerado um gênio ofensivo, adotando um jogo de ataque vertical, que procura esticar o campo e sem medo de colocar a bola pra voar. Arians ganhou proeminência na NFL quando liderou o ataque do Pittsburgh Steelers entre 2007 e 2011, ganhando um Super Bowl com a franquia da Pensilvânia. De lá, migrou para o Indianapolis Colts, também como coordenador ofensivo. E, em 2013, foi contratado como head coach pelo Arizona Cardinals. No deserto do Arizona, ele remontou uma equipe que ainda tentava se encontrar após a aposentadoria de Kurt Warner. Arians liderou os Cards a dois playoffs em cinco temporadas. Mas se aposentou precocemente da NFL em 2017, alegando problemas de saúde.
Em 2019, o head coach desistiu do descanso e deu uma nova chance à NFL, assumindo o Tampa Bay Buccaneers. A primeira temporada foi de altos e baixos, mas estabeleceu uma fundação para o time vencedor de 2020. Com a chegada de Tom Brady, em substituição a Jameis Winston, os Bucs ganharam um QB vencedor e que se adequou à filosofia ofensiva de Arians, culminando no título da NFC e a um passo de ficar com o troféu Vince Lombardi.