Abertura da Champions League marca reedição de finais históricas entre Milan e Liverpool
Gigantes do continente protagonizaram decisões marcantes em 2005 e 2007
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Milan e Liverpool abrem a Champions League com um duelo geracional. Dois dos maiores campeões continentais, os gigantes europeus duelam nesta terça-feira (17), pela abertura da fase de liga da temporada 2024-25 da competição.
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Com 13 troféus em campo (sete italianos e seis ingleses), a história já reservou embates memoráveis entre os dois. E não é preciso voltar muito no tempo ou mergulhar tão fundo nos pensamentos, já que os dois alcançaram o topo do Velho Continente juntos em duas vezes há menos de duas décadas. Relembre com o Lance! as finais emblemáticas protagonizadas por Rossoneri e Reds.
🔴🔴 2004-05: O MILAGRE DE ISTAMBUL
O Milan, que havia erguido a taça dois anos antes, tinha base forte de boas campanhas anteriores, contava com a melhor defesa da Europa e um dos times mais marcantes da história do futebol italiano. É comum de todo torcedor lembrar com facilidade: Dida; Cafu, Nesta, Stam e Maldini; Pirlo, Gattuso, Seedorf e Kaká; Shevchenko e Crespo. Do outro lado, um Liverpool que se arrastava, mas sobrevivia contando com a luz de Rafa Benítez. Indiscutivelmente azarões: Dudek; Finnan, Hyppia, Carragher e Traoré; Riise, Xabi Alonso, Luis García e Gerrard; Kewell e Baros.
O primeiro tempo entregou aos milaneses um jogo dos sonhos. Esperava-se uma vitória - guarde esta informação -, mas não um amasso como se viu nos 45 minutos iniciais. Maldini e Crespo, duas vezes, castigavam os Reds com facilidade, sem sofrer sustos, e desciam para os vestiários entregando ao mundo a sensação de que a história seria feita novamente.
A sensação só não era passada aos torcedores do time de Merseyside presentes em Istambul, que passaram praticamente todo o período de intervalo entoando "You'll Never Walk Alone", que traduzia-se perfeitamente em um roteiro de superação: "Você nunca caminhará sozinho".
Benítez, rapidamente, mexeu. Além de Smicer, que entrou na etapa inicial após lesão de Kewell, o espanhol colocaria Hamann para sacar Finnan, enfiando um meio povoado. O resultado? Três gols em seis minutos para furar um sistema extremamente consistente, que parecia não compreender a mudança adversária. Primeiro, com Gerrard, em cabeçada despretensiosa que encobriu Dida aos 9'; dois minutos depois, o próprio Smicer arriscou de fora e acertou o canto, com Baros saindo da trajetória da bola como Romário em 1994. E aos 15', em pênalti sobre o camisa 8, Xabi Alonso parou no goleiro brasileiro, mas pegou o rebote e levou o Olímpico de Atatürk à loucura.
Mas você lembra da esperada vitória supracitada? Os 30 minutos restantes, mais a prorrogação, foram todos do Milan. E no lance mais claro, restando pouco para o fim do tempo extra, Shevchenko teria a bola dourada ao cabecear e pegar rebote, mas o contestado Dudek faria defesas milagrosas, sendo uma sem praticamente olhar para a bola. Ao levantar, o goleiro polonês faria um sinal de positivo com a cabeça, como quem entendia o recado de que a noite era toda vermelha.
Nas penalidades, Serginho abriria a série isolando, e Hamann deixou sua marca. Pirlo parou em Dudek, e Cissé colocou dois de vantagem. Os Rossoneri voltaram ao jogo: Tomasson balançou as redes, Dida salvou a batida de Riise, e Kaká fez sua parte para deixar tudo igual. Na quarta cobrança, Smicer chamou a responsabilidade e deu dois match points aos Reds. Bastou só um: displicente, Shevchenko cobrou fraco, e Dudek apareceu para garantir uma noite histórica na Turquia. O Milagre de Istambul, um dos capítulos mais emocionantes e imprevisíveis da história do futebol.
⚫🔴 2006-07: A VINGANÇA DE ATENAS
Bastaram dois anos para que o reencontro acontecesse em uma final de Champions. Novamente em um Estádio Olímpico, mas desta vez, o de Atenas. O Milan já não era mais o mesmo: saída de peças e chegada de outras, sob a batuta de um Kaká que, meses depois, seria o melhor do mundo. Carlo Ancelotti, perseguido pelo fantasma de 2005, mandaria a campo Dida; Oddo, Nesta, Maldini e Jankulovski. Pirlo, Gattuso, Ambrosini e Seedorf; Kaká e Inzaghi. Benítez, confiante, escalaria os ingleses com Pepe Reina; Finnan, Carragher, Agger e Riise; Xabi Alonso e Mascherano; Pennant, Gerrard e Zenden; Kuyt.
O Liverpool, diferente de 2005, era considerado um time superior à equipe italiana. E no início do jogo, a superioridade apareceria com Pennant, que obrigou Dida a fazer grande defesa, e chutes de Gerrard e Xabi Alonso para fora do alvo. Mas no fim da primeira etapa, os milaneses se vingariam: se Baros saiu da frente do chute de Smicer em Istambul, Inzaghi entrou na trajetória da cobrança de falta de Pirlo e matou Pepe Reina, inaugurando o marcador.
Em segundo tempo truncado, os Reds criaram pouco para merecer o empate. Gerrard teve a melhor chance e saiu frente a frente com Dida, mas o brasileiro novamente chegou rápido ao chão para salvar. Inzaghi, aos 38', matou de vez o confronto. Kaká, jogando como segundo atacante, recebeu pelo meio, viu o movimento do centroavante e achou grande passe na área. O camisa 9 foi frio para tirar de Reina e dar um leve toque para marcar o segundo da noite.
Ainda haveria tempo para a esperança queimar no coração dos ingleses. Em bola na área, Agger raspou na primeira trave e Dirk Kuyt apareceu no segundo poste, em condição de impedimento não flagrada, para testar e diminuir o placar aos 44'. Mas não haveria tempo suficiente para uma reação semelhante a 2005, e o Milan soltaria o grito de campeão, fechando em Atenas as cicatrizes criadas na Turquia.
🌍🏆 2024-25: CAPÍTULOS RENOVADOS
Um novo formato instaurado na competição entregou aos fãs do futebol europeu a chance de reviver as finais da década de 2000 já nesta terça-feira. Cada equipe jogará oito vezes na fase de liga, sendo todas contra times diferentes, e não há mais grupos, apenas uma classificação geral. Os oito melhores colocados avançam direto as oitavas, enquanto os times da 9ª à 24ª posição duelam nos 16 avos de final. A bola rolará para Milan e Liverpool no San Siro a partir das 16h (horário de Brasília).
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