A passagem de Andreas Heraf à frente da seleção feminina da Nova Zelândia chegou ao fim neste terça-feira, de acordo com o "New Zealand Herald". O agora ex-técnico das Ferns estava suspenso há cerca de um mês, em meio às investigações sobre assédio e "cultura do medo" instaurados por ele na seleção do país.
A suspensão foi fruto de uma reclamação oficial das jogadoras da Nova Zelândia, que enviaram uma carta à Federação Neozelandesa de Futebol, em que 12 jogadoras se identificaram. Denúncias foram feitas sobre o comportamento e o ambiente de trabalho promovido por Heraf.
À época, o treinador afirmou ao jornal austríaco "Der Standard" que as críticas eram nada mais que uma "teoria da conspiração" por parte das jogadoras, que não entenderiam o seu "estilo europeu" de comando.
- As jogadoras se opõem ao meu estilo europeu, com altos padrões e altas expectativas de profissionalismo. Elas preferem uma cultura divertida e familiar, com foco em fazer vídeos divertidos e postar nas redes sociais. Isso não é um problema para mim, se você disser que está 100% comprometido com o que concordamos em fazer - disse Andreas Heraf.
O clima também pesou antes mesmo da carta, após o treinador fazer duras críticas a suas comandadas na sequência de uma derrota por 3 a 1 para o Japão, jogando em casa. Quando perguntado sobre questões táticas da partida, Heraf disse que as neozelandesas "jamais teriam capacidade para competir com as japonesas". A declaração resultou em um cotidiano extremamente desconfortável na seleção da Nova Zelândia.
Em maio de 2018, a Federação Neozelandesa de Futebol anunciou que as seleções masculina e feminina passariam a ter os mesmos salários. Além da compensação financeira, ambos os sexos teriam os mesmos direitos de imagem e premiações; além disso, as mulheres passariam a viajar de primeira classe, condição que já era anteriormente dada aos homens.