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Antigo eldorado, Arábia vê China despontar como o país do dinheiro

Investimentos maciços no futebol fazem dos chineses o grande foco das janelas de transferências. Até clubes europeus ficam de olho nas movimentações no local

Hélio dos Anjos é o técnico do Al-Faisaly
imagem camera(Foto: Divulgação)
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Lance!
Riad (SAU)
Dia 12/08/2016
15:20
Atualizado em 12/08/2016
15:52

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O mercado asiático voltou a ser o centro das atenções durante as janelas de transferências. Se antes a grana estava concentrada no futebol do Oriente Médio, agora é a China que detém o capital. O boom dos investimentos vem assustando até os gigantes europeus, antes blindados pelo interesse de equipes de outros continentes.

Nomes de peso como Hulk, Alex Teixeira, Jackson Martínez, Ramires e Pellè desembarcaram no país nesta temporada. Por outro lado, os times do Oriente Médio diminuíram os investimentos, deixando de ser o eldorado para muitos jogadores, que buscavam os petrodólares para a tão sonhada 'independência financeira'.

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O técnico Hélio dos Anjos assumiu nesta temporada o Al-Faisaly, mas conhece bem o futebol saudita. Ele foi treinador da seleção local em 2007 e 2008. Em quase dez anos, ele acredita que há alguns aspectos que precisam ser alterados.

- Eles ainda precisam evoluir em alguns aspectos como nível de força, se compararmos com outros países da Ásia, e melhorar o calendário, pois ficam muito tempo sem jogar em alguns momentos, mas a técnica do saudita prevalece. Algo que mudou um pouco foram os valores envolvidos nas negociações e contratos dos jogadores locais. Como a procura é muito grande e a quantidade de jogadores ainda é pequena, os valores do mercado interno aumentaram muito - disse o treinador, ao LANCE!

Hulk - Shanghai SIPG
Hulk chegou à China por mais de R$ 200 milhões (Foto: Reprodução)

A perda do status de eldorado asiático do futebol tem apenas um nome, na opinião de Hélio dos Anjos: investimento.

- A Arábia Saudita fez o mesmo que a China está fazendo na tentativa de ganhar exposição e força do seu futebol e da sua liga, porém pelo que estou acompanhando e conversando com alguns profissionais que estão trabalhando na China, eles precisam aproveitar esse momento e principalmente investir na base. Acredito que na Arábia o erro foi o mesmo, porque não adianta somente trazer grandes jogadores. É necessário qualificar os atletas locais para fortalecer o futebol do país com o tempo.

Preparador físico do Al-Faisaly, Anderson Nicolau, que já passou pelo Al Shorta, do Iraque, e Buriram United, da Tailândia, na Ásia, admite que o mercado chinês entrou com o 'pé na porta' no que se refere a investimentos.

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Helio dos Anjos - Al-Faisaly
Hélio dos Anjos comanda o Al-Faisaly (Foto: Divulgação)

- Durante muitos anos a Arábia Saudita, os Emirados e o Catar foram os grandes centros. Ainda continuam com bons nomes, pagando bons salários, mas o mercado chinês entrou muito forte. Hoje esses mercados não conseguem competir com a China, onde os valores são fora da realidade e você vê até jogadores que estavam em grandes clubes da Europa indo para lá. Hoje a bola de vez é o mercado chinês, isso é um fato - destacou Nicolau, ao LANCE!

INADIMPLÊNCIA TAMBÉM PESOU CONTRA

Alguns clubes do Oriente Médio também deixaram a região mal vista em relação à inadimplência. Um exemplo recente foi o atacante Hernane Brocador, que deixou o Flamengo para jogar no Al-Nassr, da Arábia Saudita. O brasileiro ficou três meses sem receber salários e conseguiu, por meio de ação na Fifa, sua liberação do clube. Para piorar, nem o Rubro-Negro viu a cor do dinheiro e briga na Justiça.

- Essa mudança se deve à abertura de novos mercados. Hoje o atleta pode ganhar um salário similar ao que ele ganha aqui na Arábia Saudita em países com uma cultura mais próxima à do Brasil. Alguns atletas também tiveram problema aqui com clubes inadimplentes, o que assusta um pouco. Mas acho que o principal é que hoje o atleta muitas vezes tem a oportunidade de ganhar salários parecidos com os daqui em países que tem uma abertura maior, o que facilita a adaptação da família, entre outras coisas. O próprio mercado brasileiro hoje paga muito bem os grandes jogadores. Não a mesma coisa que se paga aqui, mas colocando na balança às vezes o atleta prefere ficar em seu país - completou Nicolau.

VEJA ALGUNS JOGADORES QUE JÁ PASSARAM PELO FUTEBOL SAUDITA

Al-Hilal Riyadh
Thiago Neves, Rivellino, Giovanni (ex-Santos), Roni (ex-Fluminense) e Somália (ex-São Caetano).
Técnicos: Zagallo, Antônio Lopes, Candinho, Joel Santana, Marcos Paquetá, Sebastião Lazaroni e Toninho Cerezo.

Al-Nasr Riyadh
Denilson (ex-São Paulo), Marcelinho Carioca (ex-Corinthians), Paulo Nunes (ex-Palmeiras) e Marquinhos Gabriel (atualmente no Corinthians).
Técnicos: Zagallo e Joel Santana.

Al-Ahli Jeddah
Victor Simões (ex-Botafogo), Marcinho (ex-Ituano) e Bruno César (ex-Corinthians).
Técnicos: Didi, Telê Santana, Sebastião Lazaroni, Luiz Felipe Scolari e Geninho.

Al-Ittihad Jeddah
Tcheco (ex-Coritiba e Grêmio), Bebeto (ex-Flamengo), Dimba (ex-Goiás), Magno Alves (atualmente no Fluminense), Reinaldo (ex-Flamengo), Wagner (ex-Cruzeiro), Obina (ex-Flamengo) e Diego Souza (atualmente no Sport).
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Al-Shabab Riyadh
Técnicos
: Luiz Felipe Scolari, Jair Pereira, Lori Sandri, Geninho e Ivo Wortmann.

Al-Qadisiyah
Técnicos
: Cabralzinho e Alexandre Gallo.

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