O Atlético de Madrid entrou em campo como se não houvesse o amanhã. O time solidário e trabalhador moldado pelo técnico Diego Simeone deu uma lição no Barcelona, eliminando o todo poderoso adversário nas quartas de final da Liga dos Campeões da Europa. Nesta quarta-feira, no Vicente Calderón, os Colchoneros derrotaram o rival catalão por 2 a 0. Dois gols de Grizemann, o herói francês. Resultado de enorme significado. A série termina com a virada rojiblanca por 3 a 2.
Irreconhecível, o atual campeão da Champions cai na mesma fase, no Calderón, assim como em 2014. Já o Atlético prova que é um time destemido, sem medo de gigantes e sobretudo de cara feia.
Uma guerra de nervos. O Atlético de Madrid começou o jogo mordendo, chutando de fora da área e com a marcação adiantada. O Colchonero sabia que deveria ter intensidade nos primeiros minutos, pois o Barcelona esconderia a bola nos momentos seguintes. Foi o que aconteceu. Só que os catalães chegaram à frente sem nenhuma ameaça ao gol de Oblak. O interesse era só fazer o tempo passar e esfriar o rival. Sem nenhuma objetividade.
Quando começou a bater a ansiedade, Griezmann, jogando como 9 na ausência de Fernando Torres, apareceu na área e cabeceou para o fundo da rede. O resultado bastava para o Atlético.
A vitória parcial do Atlético foi justa. Nos primeiros 45 minutos, o time brigou mais, ganhou a maioria das divididas no meio de campo e mostrou muito mais empenho do que um Barça bem enfadonho, exceto por um carrinho de Messi para ajudar na defesa.
Nos dez primeiros minutos do segundo tempo, parecia que o Atlético estava em desvantagem e em busca do resultado. Com uma vibração de encher os olhos de Simeone, o time da capital foi ao ataque. Saúl, em cabeçada, tirou de Ter Stegen e acertou a trave.
Com o MSN bem apagado, o Barça mostrou que não estava (tão) morto. Ou tentou. O ritmo do clássico ficou alucinante. Os catalães pressionavam. O Atlético tinha o contra-ataque para matar o jogo.
O meia Sergi Roberto entrou no lugar do lateral-direito Daniel Alves. Arda Turán substituiu Rakitic. Começou o desespero do atual campeão. Suárez perdeu a cabeça e agrediu Godín. Levou só o amarelo. Se fosse o contrário e no Camp Nou... Neymar também mostrou sinais de destempero. Sem imaginação, o Barça não se encontrava no ataque.
No fim, em ataque mortal do Atlético, Iniesta colocou a mão na bola dentro da área. Griezmann cobrou e ampliou. Por ironia do destino, o meia do Barça chutou da entrada, e a bola pegou na mão de Gabi, pênalti não marcado pelo juiz. Na falta, Messi jogou para fora. O Calderón comemorou como se fosse o terceiro gol. No apito final, mais festa. A torcida abraçou o time.
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO DE MADRID 2 x 0 BARCELONA
Local: Estádio Vicente Calderón, em Madri (ESP)
Data e hora: 13 de abril de 2015, às 15h45 (horário de Brasília)
Árbitro: Nicola Rizzoli (ITA)
Auxiliares: Elenito Di Liberatore (ITA) e Mauro Tonolini (ITA)
Cartão Amarelo: Gabi, Godín, Correa, Koke (ATL); Iniesta, Suárez, Neymar (BAR)
Cartão Vermelho:
Gols: Griezmann, 36'/1ºT (1-0), Griezmann, 42'/2ºT (2-0)
ATLÉTICO DE MADRID: Oblak, Juanfran, Lucas, Godín e Filipe Luís; Gabi, Augusto Fernández (Savic, 47'/2ºT), Saúl e Koke; Griezmann (Correa, 43'/2ºT) e Carrasco (Thomas, 27'/2ºT). Técnico: Diego Simeone.
BARCELONA: Ter Stegen, Daniel Alves (Sergi Roberto, 18'/2ºT), Mascherano, Piqué e Jordi Alba; Busquests, Rakitic (Arda Turán, 18'/2ºT) e Iniesta; Messi, Suárez e Neymar. Técnico: Luis Enrique.