Da ausência na última Copa ao protagonismo na Europa… A renovação da seleção holandesa
Equipe de Ronald Koeman tem se destacado com peças como Van Dijk, De Ligt e De Jong
Um ano atrás a seleção holandesa assistia à Copa do Mundo na Rússia do sofá. Há três, havia ficado fora da Eurocopa na França. No entanto, a equipe comandada por Ronald Koeman voltou aos holofotes em 2019 e disputa neste domingo a final da Liga das Nações, contra Portugal. O LANCE! conversou com alguns especialistas para entender essa mudança na seleção e listou alguns pontos para explicar o momento da equipe.
Envelhecimento da safra consolidada
Em 2010, a Holanda igualou seu melhor desempenho em uma Copa do Mundo, quando chegou ao vice-campeonato na África do Sul. Naquele Mundial, a equipe contava com grandes nomes em seu elenco, como Robin Van Persie, Arjen Robben e Wesley Sneijder. Quatro anos depois, já caminhando para o período final da carreira destes craques, o time ainda conquistou a medalha de bronze batendo a Seleção Brasileira, em Brasília.
No entanto, após o terceiro lugar em 2014, a equipe começou a cair de produção. Com o envelhecimento dos grandes atletas e sem novos talentos, o time não conseguiu se classificar para a Eurocopa de 2016. Nas eliminatórias para a Copa do Mundo, também teve um desempenho ruim e não conquistou vaga na Rússia. Jelle Kleinen, jornalista holandês da 'FOX Sports' falou sobre o clima no pais após os fracassos.
- Houve muita crítica, nos treinadores e jogadores que não conseguiram se classificar. Na federação, que não fez boas escolhas, na falta de investimento na base. Tivemos de ir em outros países, como a Alemanha, para ver como a categoria de base está trabalhando. Hoje, a situação mudou completamente. Temos jogadores talentosos e um bom treinador na seleção - disse Kleinen. Rafael Oliveira, jornalista da 'ESPN', ponderou:
- Não acho que tenha sido o único fator, pois a Holanda tem seus altos e baixos com alguma frequência. Isso aconteceu até mesmo com a grande geração do fim dos anos 90, acabando fora da Copa de 2002. Não são tantos os nomes novos agora, mas algumas referências surgiram no último ano, e a competitividade herdada de Ajax e Liverpool foi um componente importante para a reviravolta - disse o especialista em futebol internacional.
Expectativa para os próximos anos e novos talentos
Apesar dos recentes fracassos, a seleção holandesa parece ter reencontrado o caminho da glória. A seleção contratou Ronald Koeman logo após as eliminatórias da Copa e o treinador mudou a cara da equipe, que começou a ter mais jovens no elenco. Começaram a aparecer na Europa grandes jogadores, como De Ligt, De Jong e Van de Beek, do Ajax, e Bergjwin, do PSV, todos com menos de 23 anos de idade.
- Esse é o processo que gostamos de ver na Holanda. Aqui, os jogadores têm que se desenvolver rápido, estar na primeira equipe com pouca idade e depois ir para o exterior e, às vezes, seria melhor que eles tivessem mais tempo na liga holandesa antes de se transferir para as grandes ligas. Esperamos muito da seleção para os próximos anos, assim como para os clubes do país no cenário europeu - disse o jornalista holandês.
- De certa forma, times limitados depositavam esperanças nos veteranos e Sneijder seguiu como referência por muitos anos, mesmo já distante do auge. Foi importante virar a página e o ano acabou sendo quase perfeito para quem tinha tantos problemas a resolver após a Copa do Mundo. Hoje, a seleção não tem atacantes do nível de Robben ou Van Persie, mas tem zagueiros melhores que os do restante da década - comentou Rafael Oliveira.
Na seleção, estes jovens se juntam a outros atletas experientes como Van Dijk, Wijnaldum, Blind e Babel. Após a final deste domingo, que ocorre no Estádio do Dragão, às 15h45, a Holanda volta às ações para as Eliminatórias da Eurocopa de 2020, onde a equipe ocupa a terceira posição do grupo C, com três pontos.
