O atacante Benzema mostrou-se inconformado com a decisão do técnico da França, Didier Deschamps, em deixá-lo fora dos 23 convocados para a Eurocopa, disputada no próprio país, a partir de junho. Para o atacante do Real Madrid, não foi somente a acusação de chantagear um companheiro da seleção que o deixou fora da competição.
Em entrevista ao jornal "Marca", Benzema, de origem argelina, colocou a ascensão da extrema-direita como o fator que mais contribuiu para ausência na Eurocopa.
- Deschamps cedeu à pressão de uma parcela racista da sociedade francesa. O partido de extrema-direita chegou ao segundo turno nas últimas eleições. Não sei se foi uma decisão somente dele - analisou o camisa 9 do Real Madrid, criticado por não cantar o hino gaulês.
Nem mesmo o título da Liga dos Campeões da Europa, conquistado no último sábado, fez o atacante esquecer a decepção de não jogar a Euro.
- Tive a infelicidade de ficar fora da Copa do Mundo de 2010, mas a Eurocopa foi um golpe ainda mais duro. Essa é uma das maiores decepções que tive na minha vida. Minha sorte foi ter o Real Madrid o tempo todo ao meu lado. Me criticam, mas esquecem que fiquei cinco anos no Lyon e já estou há sete no Real - se defende o jogador.
Benzema foi acusado de cumplicidade em tentativa de chantagear o meia Valbuena, do Lyon, e participação em uma associação de malfeitores. Ele prestou depoimento à Justiça francesa no dia 5 de novembro de 2015 e ficou proibido de manter contato com outros acusados e com o próprio Valbuena, apontado como vítima do camisa 9. Desta forma, os dois jogadores ficaram fora dos últimos amistosos e convocações da seleção.