A vida política de Silvio Berlusconi na Itália sempre esteve ligada à sua posição como dono do AC Milan. Isto é, até o fim do ano passado, quando o ex-primeiro ministro italiano vendeu o clube a um grupo de investidores chineses.
Apesar das promessas de grandes contratações e devolver o time à disputa da Liga dos Campeões, o Milan vive péssimo momento no Calcio, e Berlusconi não deixou de comentar a fase do clube:
- Vou confessar uma coisa: se as coisas continuarem assim, não posso negar que, mais cedo ou mais tarde, vou acabar recomprando o Milan - afirmou em evento político de seu partida na cidade de Udine, nordeste italiano.
Segundo Berlusconi, sua associação com o Milan era fator importante para sua ascensão na carreira política, e a venda do clube aos chineses prejudicou a Forza Italia (partido de centro-direita) nas últimas eleições italianas, no início de março, quando a legenda de Berlusconi teve apenas 14% dos votos.
- De acordo com as pesquisas, minha venda do clube estava entre as razões pelas quais o Forza Italia - infelizmente, em vista de nossas expectativas - não conseguiu mais de 14% a 14,5% de votos. Muitas pessoas me perguntam por que eu vendi o clube, e eles me criticam pela direção que o Milan está seguindo agora.
É verdade que o Milan floresceu sob o comando de Berlusconi, conquistando oito campeonatos italianos e cinco Liga dos Campeões, totalizando 29 taças neste período. O sucesso do clube na Itália foi fator essencial para levar Berlusconi ao topo da política no país, sendo eleito primeiro-ministro três vezes.