Afastado por três meses de qualquer atividade relacionada ao futebol, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, se pronunciou nesta quinta-feira por meio de seus advogados. Os representantes do mandatário emitiram uma nota oficial e criticaram o Comitê de Ética da entidade, que não teria dado chance ao cartola de se defender antes de aplicar a sanção. Além disso, eles declararam que o suíço não foi acusado oficialmente pela Justiça do país.
- O presidente Blatter está desapontado pelo Comitê de Ética não seguir o Código de Ética e o Código de Disciplina, que dão a chance de ser ouvido. Além disso, o Comitê de Ética baseou sua decisão em um mal-entendido quanto as ações do procurador-geral da Suíça, que abriu investigação, mas não acusou o presidente. De fato, os promotores serão obrigados pela lei a desmentir o caso se a investigação, aberta há duas semanas, não apresentar evidências o suficiente. Presidente Blatter espera a oportunidade para apresentar evidências que demonstrarão que ele não está envolvido em qualquer conduta inadequada - informou o comunicado.
Blatter esteve sempre ligado às suspeitas desde que o escândalo na Fifa teve início, em maio deste ano, quando sete executivos da entidade foram presos, em Zurique. No entanto, o presidente só virou suspeito na sexta-feira, dia 2 de outubro, quando a Procuradoria-Geral da Suíça abriu investigação criminal contra ele por má gestão e apropriação indébita. Mesmo diante deste panorama, ele disse que não deixaria a função antes das eleições de fevereiro.
A decisão da Comissão de Ética tirou os poderes de Blatter, que 'não tem mais permissão' para representar a Fifa em qualquer ato ou até mesmo falar à imprensa como um representante legal da entidade. Agora, quem assume é o vice mais antigo dentro do Comitê Executivo, Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF).