Após conquistar a Eurocopa em 2016, Portugal chega como uma das seleções favoritas para repetir a dose em 2021. A equipe de Cristiano Ronaldo terá desafios importantes e complicados logo de cara no torneio, como os confrontos diante da Hungria, Alemanha e França. No entanto, o desafio é visto de forma positiva, pois quem quer chegar ao troféu no final do torneio não pode escolher adversários. E apesar dos pesares, o elenco é a grande força para o país buscar o bicampeonato.
Portugal no “Grupo da Morte”
O primeiro grande desafio do time de Fernando Santos é a estreia fora de casa contra os húngaros. O adversário está desfalcado de sua principal estrela, o jovem Szoboszlai, do RB Leipzig. No entanto, as duas equipes já se enfrentaram na Eurocopa em 2016, em que o empate prevaleceu, mas onde a Hungria liderou o grupo e Portugal se classificou no Deus nos acuda na 3ª colocação.
No confronto seguinte, os lusos encaram a Alemanha e tentam se vingar da goleada sofrida por 4 a 0 para os comandados de Joachim Low na Copa do Mundo de 2014. A equipe passa por um momento de reconstrução e instabilidade, vide a fraca campanha na Nations League. Apesar das dificuldades, Portugal pode ser considerado favorito nos dois primeiros jogos.
O terceiro e maior obstáculo inicial é encarar a França. Reedição da final da última Euro em que Portugal derrotou Didier Deschamps e calou o Parque dos Príncipes com uma vitória por 1 a 0. Após este confronto, o plantel com Mbappé, Pogba, Griezmann e companhia conquistou o Mundial em 2018 e é considerada a melhor seleção atual.
- Portugal terá uma tarefa muito complicada. Todos conhecem o poderio da França e da Alemanha. Já a Hungria não perdeu nenhum dos seus últimos 11 confrontos. Se a equipe conseguir superar esta fase, pode embalar até o final da competição - disse Valter Marques, jornalista do Record.
Elenco recheado de estrelas
Em 2021 é possível observar algumas heranças da seleção portuguesa que conquistou o título europeu há cinco anos. Mas outras muitas mudanças aconteceram, sendo a grande maioria tida como positiva. O principal fator está no crescimento individual de jovens jogadores e suas explosões em diferentes campeonatos.
Bruno Fernandes e Rúben Dias são exemplos interessantes, pois ambos estiveram presentes, por exemplo, na última Copa do Mundo. Na época, o meia estava no Sporting, enquanto o zagueiro no Benfica. Este não entrou sequer em campo, enquanto o primeiro participou apenas das duas primeiras partidas.
Atualmente, ambos se situam em Manchester. Enquanto Bruno Fernandes é o principal jogador dos Red Devils desde que chegou em janeiro de 2020, Rúben Dias foi eleito na última temporada o melhor jogador da Premier League após vencer o Campeonato Inglês com o Manchester City.
Além dos dois, outros atletas surgiram, como Nuno Mendes, João Félix e Pedro Gonçalves, enquanto outros explodiram. Renato Sanches, que já havia sido destaque há cinco anos, voltou a se colocar no hall dos protagonistas ao vencer o título do Campeonato Francês com o Lille, além da grande temporada que Diogo Jota fez com a camisa do Liverpool (foram 13 gols em 28 partidas apesar de uma lesão no joelho ter o afastado das quatro linhas por três meses).
- Portugal tem uma mistura interessante entre atletas experientes e jovens e este equilíbrio pode ser muito benéfico. Pepe e Cristiano Ronaldo são peças fundamentais, mas temos jovens que vão aparecer e que não estiveram na última Euro. Há muito da seleção de cinco anos na atual, mas parecem que estão melhores - acrescentou Valter Marques.
E é verdade. Além de todos os jogadores que maturaram e vivem seus auges, Fernando Santos não abre mão da experiência de quem sabe o que é sentir cheiro de troféu. São 11 atletas que estiveram no plantel em 2016 e que estão presentes dentre os 26 convocados em busca do bicampeonato, mas apenas três com vagas garantidas entre os titulares. A mudança, a renovação aconteceu.
Equipes diferentes, expectativas diferentes
Em 2016, Portugal talvez fosse tratado como um azarão, enquanto a França, por ter um grande time e jogar em casa, era a grande favorita. Além do Bleus, Bélgica e Alemanha também despontavam como duas grandes forças, mas que não tiveram fôlego e não aguentaram o mata-mata até a grande decisão.
Fernando Santos tem ciência de que este ano a pressão é diferente e a cobrança pelas vitórias aumentam. Entretanto, o comandante tem plena confiança em seu elenco, como afirmou em coletiva na última terça-feira.
- Disse a minha convicção aos jogadores quando afirmei que Portugal é candidato ao título e continuo afirmando da mesma forma, devido à qualidade dos jogadores que temos. É com esse objetivo que vamos para a Euro, mas sabendo do grau de dificuldade. Temos que nos preparar bem e errar o menos possível.
Não é possível afirmar onde Portugal irá chegar, mas as expectativas são sim diferentes do que eram há cinco anos. No entanto, o favoritismo não foi um bom aliado para a seleção em 2004, quando perderam a final da Euro em casa para a Grécia. E é desse jeito que Cristiano Ronaldo e grande elenco devem lidar em busca de repetir o feito da Espanha em 2008 e 2012.