Fábio Carille está no comando do Al-Ittihad e consegue realizar um trabalho de encher os olhos de muitos clubes brasileiros. Em entrevista ao LANCE!, o treinador comentou sobre a mudança de mentalidade do final da última temporada, em que chegou ao time para livrá-lo do rebaixamento, e a atual, em que ocupa a 3ª colocação, está próximo de conquistar uma vaga na Champions League da Ásia, mas não tem futuro garantido na equipe.
Contrato
O brasileiro está próximo do final do seu contrato, que termina no dia 30 de junho, e confirmou receber sondagens de outras equipes, embora nenhuma brasileira. No entanto, o comandante revelou estar aberto para retornar aos grandes clubes do país e elogiou a estrutura e organização de equipes do nordeste.
- Meu contrato aqui termina em junho. O Ittihad tem preferência até 30 de abril, já tivemos conversas e eles querem a continuidade do trabalho. Se até 30 de abril eles não exercerem a preferência, no dia primeiro de maio estarei livre para negociar com quem quiser. Há muita sondagem aqui do mundo árabe e voltar para o Brasil também é sempre bom. Estou com as portas abertas para ouvir propostas, mas tudo está caminhando para que eu continue mais um pouco por aqui.
Segunda passagem
Carille está em sua segunda passagem pelo futebol da Arábia Saudita, pois entre seus trabalhos no Corinthians, o técnico dirigiu o Al-Wehda. O campeão brasileiro elogiou a estrutura do Ittihad, revelou que faz um trabalho diferente do que foi proposto em sua primeira excursão ao exterior e contou sobre o crescimento que vem tendo com o time.
- Há alguns anos o Ittihad não figura entre os primeiros colocados. Nós chegamos na última temporada com a equipe próxima da zona do rebaixamento e conseguimos escapar. Mudamos a mentalidade e tornamos os atletas mais profissionais. Quando iniciamos esta campanha, nosso objetivo era chegar até a 5ª posição, pois o clube enfrenta problemas financeiros, mas estamos satisfeitos com a época.
Conhecido como Rei dos Clássicos por conta de seus bons resultados nos dérbis no Brasil, Carille mantém a fama no mundo árabe. Diante de Al-Hilal, Al-Shabab e Al-Ahli, o time aurinegro conquistou três vitórias e três empates e o comandante aponta o principal segredo para o sucesso com pouco mais de um ano de trabalho.
- Os estrangeiros ajudaram muito para que os sauditar pudessem ver bons profissionais e isso tem gerado resultado. A informação que nós tínhamos é que dois anos antes da nossa chegada, os atletas do Ittihad tinham usado a academia duas vezes. Ainda não está do jeito que queremos, mas demos um salto e se houver continuidade do trabalho, esperamos que ano que vem seja ainda melhor.
Intercâmbio
O Brasil vem cada vez mais reconquistando espaço no exterior. Além de Carille, Micale faz um trabalho sólido no Al-Hilal, Mano Menezes chegou recentemente ao Al-Nassr, Péricles Chamusca está no Al-Faisaly e Luis Antônio Zaluar acabou de ser campeão da segunda divisão saudita com o Al-Akhdoud. Enquanto isso, vemos portugueses e sul-americanos cada vez mais presentes em nosso mercado.
- Eu vejo o intercâmbio de forma positiva desde que acrescente e leve algo inovador. É sempre importante ter peças, pois não adianta fazer salada de frutas só com laranjas. Nós perdemos muito espaço aqui por conta das nossas licenças e conversei com o Chamusca que precisávamos fazer bons trabalhos para conquistar outros mercados.
O Ittihad está com apenas dois pontos a menos que o Al-Shabab e o Al-Hilal, mas tem um jogo a mais que as duas equipes no Campeonato Saudita. A equipe de Carille ainda faz quatro jogos na competição antes do fim da temporada e sonha com a remota possibilidade do título. O próximo duelo será apenas no dia 15 de maio contra o Dhamk e o time fecha a campanha contra o clube de Mano Menezes.