O caso Negreira ganhou um novo tempero polêmico. Enríquez Negreira, ex-vice-presidente da Comissão Técnica de Árbitros espanhola, está sendo acusado de favorecer o Barcelona e receber pagamentos das diretorias blaugranas entre 2011 e 2018. Porém, de acordo com o periódico espanhol "Relevo", antes dos julgamentos, Negreira apresentou o direito de não testemunhar e mostrou um laudo que comprova que tem doença de Alzheimer, além de um leve grau de demência.
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Com isso, Negreira se tornaria inimputável no caso. Ou seja, um ato criminoso não poderia ser atribuído ao ex-árbitro, mantendo sua liberdade. A Câmara Criminal do Supremo Tribunal Federal Espanhol decidiu, em 2017, que a realização de um julgamento contra quem não entende ou não pode se defender configura um julgamento injusto. Mesmo que Negreira estivesse bem de saúde na época dos pagamentos, o julgamento não poderia sentenciá-lo como culpado.
Negreira compareceu a um centro de cuidados voltados para o Alzheimer em setembro do ano passado, acompanhado de sua esposa e seu filho Javier, que também está envolvido nas investigações. Conforme explicado pela família, Negreira tinha distúrbios de ansiedade, raciocínio e falhas de memória. O diagnóstico apresentou demência leve, doença neurodegenerativa e um traumatismo cranioencefálico decorrente de um acidente automobilístico sofrido em 2003.
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Portanto, Negreira não estaria em condições de prestar declarações nem de ser alvo de processo penal, como afirmou seu advogado. E nem terá a obrigação de prestar depoimento em nenhum momento do processo, além de não haver também a necessidade de justificativa, mas o Barcelona pode sofrer sanções normalmente. A juíza responsável pelo caso, Silvia López, deve pedir aos médicos legistas um novo laudo independente para decidir se Negreira tem aptidão para ser julgado.