O Chile terá que jogar muito mais contra a Colômbia se quiser chegar à semifinal da Copa América. A derrota por 1 a 0 para o Uruguai, na última segunda-feira, no Maracanã, evidenciou alguns problemas a serem corrigidos no time de Reinaldo Rueda para o duelo contra os Cafeteros, na próxima sexta, às 20h, em São Paulo. Com o revés, a La Roja acabou em segundo do Grupo C.
Os chilenos entraram em campo diante do Uruguai já classificados e com alguns desfalques. Rueda decidiu poupar Isla, Vidal e Beausejour, todos pendurados, e Fuenzalida. Se poderá ter todos à disposição nas quartas de final, o treinador viu os substitutos não renderem o esperado contra o Uruguai.
Diante da Celeste, Rueda alterou a forma de o time jogar. Com três zagueiros, deu mais liberdade para os alas Díaz e Hernández atacarem. Mas não foi isso que ocorreu na maior parte do tempo. O Chile sentiu a falta dos titulares Isla e Beausejour.
A primeira metade da etapa inicial foi animadora. Se não criava muitas oportunidades, evitava os ataques do Uruguai, que não conseguia ficar com a bola e via Cavani e Suárez sem conseguir realizar boas tramas ofensivas. Com a posse, o Chile rodava de um lado para o outro, mas faltava um toque de qualidade e presença na área. Quem faz este papel com eficiência na seleção é Arturo Vidal, ausente no Maracanã.
O "Rei Arturo" muito provavelmente estará em campo contra a Colômbia. É um reforço e tanto para Rueda montar o seu Chile ideal. Com Vidal, a equipe ganha corpo e presença ofensiva. Tudo o que faltou contra o Uruguai, que também mostrou solidez defensiva.
Além da falta dos laterais titulares e de Vidal, Fuenzalida foi outro nome sentido no Chile. Autor do primeiro gol diante do Equador, na segunda rodada, o jogador é um dos que mais encosta em Sánchez e Vargas, dupla que se mantém entrosada há anos na seleção, mas que não brilhou no Maracanã.
Os atacantes jogaram isolados contra a Celeste. Sánchez bem que tentou algo de diferente, com boas arrancadas, dribles e passes. Mas jogou sozinho, o que não pode voltar a acontecer diante da Colômbia, uma equipe bem compactada em todos os setores e que chega às quartas de final como a melhor da primeira fase, com 100% de aproveitamento e três vitórias. Vargas foi uma nulidade em campo, o que acarretou em sua substituição no segundo tempo.
ZAGA COM PROBLEMAS PELO ALTO
Rueda precisa ainda acertar o posicionamento de seus defensores para a partida contra a Colômbia, principalmente nas bolas alçadas na área. O Uruguai deitou e rolou em lances pelo alto e esteve perto de abrir o placar com Giménez, mas a zaga tirou em cima da linha. Godín, Cavani, Cáceres e Suárez foram um tormento neste quesito durante os 90 minutos.
Dos três zagueiros chilenos escalados desde o início, apenas um tem boa estatura: Maripán, com 1,93m. Jara (1,78m) e Medel (1,71m) são considerados baixos para a posição, o que facilitou a vida dos uruguaios. Tanto que o gol de Cavani saiu após um cruzamento da esquerda, e o atacante testou sozinho para o fundo da rede. Na etapa final, Medel deixou o campo com problemas físicos e deu lugar a Igor Lichnovsky, que pode ser opção diante dos Cafeteros (tem 1,86m) caso o capitão não jogue.
Diante da Colômbia, o sofrimento parece inevitável. A equipe de Carlos Queiroz tem como um dos pontos fortes a bola aérea, explorando a altura dos zagueiros Mina (1,95m) e Davinson Sánchez (1,87m). Outros que aparecem bem em lances pelo alto são os atacantes Falcao García (1,77m) e Zapata (1,86m).
Por fim, o Chile precisa ter atenção redobrada com James Rodríguez. Capitão colombiano, o camisa 10 é um dos grandes nomes da seleção e foi protagonista contra o Paraguai, ao colocar de trivela a bola na cabeça de Zapata, autor do único gol da partida.