Atlético de Madrid e Real Madrid se enfrentam neste domingo (29, no Estádio Metropolitano, casa dos Colchorenos. A partida terá um esquema especial com relação a possíveis caso de racismo: La Liga promete ‘tolerância zero’ com a ocorrência de crimes. Vini Jr., atacante merengue, é alvo recorrente de injúrias no país europeu.
A torcida do Atlético, principal rival do Real Madrid, já promoveu atos racistas contra o camisa sete brasileiro. As autoridades espanholas e a organização de LA LIGA temem que, de volta ao Metropolitano, Vini volte a ser ofendido. Aliás, circulou nas redes sociais recentemente que torcedores do Atleti estariam promovendo o uso de máscaras para insultarem Vini sem serem flagrados.
De acordo com a organização, o Cívitas Metropolitano terá pessoas estrategicamente posicionadas para flagrar possíveis ofensas. A bola rola a partir das 16h (de Brasília) e os times estão separados por dois pontos na tabela.
+ Confira a tabela atualizada do Campeonato Espanhol
Vini Jr. e o racismo no futebol espanhol
Os casos de racismo no futebol espanhol têm como principal personagem Vini Jr., atacante do Real Madrid e da Seleção Brasileira. O posicionamento combativo do atleta já rendeu uma série de confusões com políticos e até companheiros de time.
Em maio de 2023, Vini Jr. foi alvo de ofensas racistas de torcedores do Valencia no Estádio Mestalla. O caso foi emblemático e, posteriormente, rendeu condenações de oito meses de prisão aos torcedores - a primeira na história do futebol espanhol.
Recentemente, o ex-presidente do Valencia, Paco Roig, se revoltou com Vinícius Júnior e chegou a fazer ofensas pessoais ao atacante:
-Será um grande jogador, creio que é, mas é uma merda como pessoa, sempre indo ao árbitro. Estive na América do Sul 20 ou 30 vezes e nunca me aconteceu nada. Vou lá com humildade e falo com carinho. Não posso sair falando que sou o conquistador. Esse cara não dá
Adversário na tarde deste domingo, o Atlético de Madrid também é um dos protagonistas na história. O primeiro episódio foi em setembro de 2022, quando gritos racistas foram escutados durante o dérbi, dentro e fora do Metropolitano. O caso foi arquivado pela Promotoria de Delitos de Ódio.
Meses depois, um boneco que representava Vini Jr. foi enforcado em uma ponte em Madrid, antes da partida decisiva entre os clubes pela Copa do Rei.
Na temporada passada, antes da partida entre Atlético de Madrid e Internazionale, pela Champions League, foram registados vídeos da torcida do Atleti ofendendo o atacante do Real Madrid de forma racista no entorno do Metropolitano.
Vini Jr., inclusive, já se posicionou sobre a causa diversas vezes. Em setembro, o astro afirmou que se “não houver evolução”, a Copa do Mundo de 2030 não pode ocorrer na Espanha.
-Até 2030 a gente tem uma margem muito grande para evolução, então espero que a Espanha possa evoluir e entender o quão grave é você insultar uma pessoa pela cor da sua pele. Se até 2030 as coisas não evoluírem, acredito que (a Copa do Mundo) tenha que mudar de lugar, porque, se os jogadores não se sentem confortáveis em jogar em um país onde possa sofrer racismo, é meio complicado - afirmou Vini Jr.
A fala reverberou. José Luis Martínez-Almeida, prefeito de Madri, teceu críticas à fala do brasileiro. Além dele, Dani Carvajal, companheiro de Real Madrid, e Luis de la Fuente, treinador da Seleção Espanhola, também retrucaram o brasileiro.
-Não há dúvidas de que a Espanha não é um país racista. Desde pequeno cresci com várias nacionalidades no meu bairro, em Leganés. Só quero lembrar que somos totalmente contra qualquer situação racista nos estádios. Sei o que o Vini sofre e o apoiamos interna e publicamente. Creio que a La Liga está melhorando e criando protocolos para que esses energúmenos não possam voltar a eventos esportivos.
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