O Alavés vem fazendo uma campanha digna neste primeiro turno de Campeonato Espanhol. Com 21 pontos, na 12ª colocação, o pequeno time da cidade de Vitoria-Gasteiz, no País Basco, tem como um dos principais jogadores um brasileiro: o atacante Deyverson, que fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Betis, na última sexta-feira.
Com cinco gols, Deyverson é o artilheiro do Alavés no torneio. Um deles foi sobre o gigante Barcelona, em pleno Camp Nou, na surpreendente vitória por 2 a 1, na terceira rodada. Não satisfeito, também fez contra o Real Madrid, na derrota por 4 a 1, em casa.
- Estou com cinco gols na Liga Espanhola. Havia feito no Real Madrid quando atuava pelo Levante e marquei nos dois grandes da Espanha nesta temporada. Isso é motivo de muita felicidade, pois todo jogador sonha em fazer gol e ajudar o seu time a ganhar do Barcelona no Camp Nou. Fiquei bastante feliz com isso, minha comunidade no Rio, em Campo Grande, estava vendo o jogo e foi motivo de festa. Todo mundo ver o menino que saiu da comunidade fazer sucesso na Europa, marcando gols no Real e no Barcelona, atuando contra Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo... Não tenho nem palavras para dizer o que senti naquele momento. Quando o jogo acabou contra o Barcelona, tive vontade de gritar na câmera que o gol era para minha família, meus amigos Daniel e Marlon, para minha comunidade em Santa Margarida. Foi uma emoção muito grande - disse o brasileiro.
Deyverson ficou conhecido atuando no futebol europeu. No Brasil, deixou o modesto Mangaratibense, do Rio de Janeiro, e foi tentar a sorte no Benfica B, após passar nos testes e assinar por cinco temporadas. Para ter mais chances de jogar, foi para o Belenenses, que disputava a Primeira Divisão em Portugal. Também passou por Colônia, da Alemanha, até chegar ao Levante, onde marcou nove gols no último Campeonato Espanhol. No entanto, apesar do destaque, o seu time acabou rebaixado à Segundona, o que o levou para o Alavés.
- Joguei no Benfica B, fiz oito gols, e logo em seguida surgiu a oportunidade de jogar a Primeira Divisão pelo Belenenses, que tinha subido. O problema maior para jogar na elite pelo Benfica é que eu era muito novo, cheguei sem nome, faltava muito para me acostumar ao futebol europeu. Por esta dificuldade que eu tinha para me acostumar ao país, não tive a oportunidade de jogar na elite. O empréstimo foi para mostrar meu potencial, para saber se poderia jogar no time principal do Benfica. Foi aí que surgiu o interesse do Belenenses de ficar comigo. Não tive a oportunidade de jogar no elenco principal dos Encarnados, mas graças a Deus estou aqui bem e espero continuar com esse futebol que venho desempenhando.
No Brasil, Deyverson não teve a oportunidade de atuar por um grande clube. Mas revelou que sonha em atuar por um dos gigantes do futebol brasileiro.
- Meu time de coração é o Vasco. Todo mundo tem o sonho de jogar no seu clube do coração. E meu sonho seria esse. Mas a minha família, da minha esposa e meus amigos são flamenguistas, o sonho deles é me ver jogando no Flamengo. Mas sou profissional e jogaria nos quatro grandes. Não temos que escolher o clube, temos que jogar, trabalhar, pois é isso que sabemos fazer de melhor. Se tiver a oportunidade de atuar em outro grande centro, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, jogaria sem problemas. Independente de ter meu time do coração, que é o Vasco, jogaria por Flamengo, Fluminense e Botafogo sem problemas e daria o meu máximo - afirmou.
O acatante do Alavés revelou quais são os seus planos para a sequência da temporada e também para os próximos anos.
- Meu pensamento agora é fazer um bom campeonato com o Alavés, fazer mais gols e ajudar a equipe a permanecer na Primeira Divisão. E mais para frente sentar com meu empresário para ver o melhor para mim. O sonho de todo jogador é atuar por um grande clube, seja na Espanha, Alemanha ou outros países. Jogar em um Barcelona, Real, Bayern, Borussia Dortmund.... Esse é o sonho de qualquer jogador. E também atuar pela Seleção Brasileira, jogar ao lado de grandes nomes como Neymar, que tive o prazer de conhecer, Marcelo, Coutinho e outros - comentou.
O brasileiro revelou ainda que a distância para familiares e amigos é o maior obstáculo para um jogador, principalmente quando vai muito novo para longe de casa.
- A maior dificuldade é ficar longe da família. Em termos salariais, foi complicado também, pois não ganhávamos bem no Mangaratibense, para todo dia ir e voltar para casa, pegar ônibus. Não tinha a possibilidade de ir todo dia ver a família. O começo da minha carreira no Mangaratibense foi muito difícil, pois não tinha ajuda de ninguém. Era só o meu pai, ele se dedicava para me ajudar a ir treinar. Às vezes faltava em casa para não deixar faltar para eu ir treinar. Na Europa, foi também ficar longe da família. Foi na época que comecei a namorar, tive que ficar longe da minha namorada. Mas depois fui pegando amizade com os jogadores do Benfica, como o Sidney, Julio Cesar, Luisão, Alan Kardec. Com pouco tempo, fui me adaptando. Mas no começo, foi muito difícil - revelou.