Depois de mais uma semana marcada por casos de racismo nos estádios sul-americanos em jogos da Copa Libertadores, a Conmebol se pronunciou nesta sexta-feira sobre os episódios lamentáveis. Em nota, a entidade condenou as atitudes dos torcedores que atacaram principalmente os brasileiros. A Conmebol vem sendo pressionada para adotar medidas mais duras contra o racismo.
No comunicado, o órgão do futebol da América do Sul condena veementemente tais práticas e diz que estas manifestações são "inaceitáveis". A Conmebol informou ainda que "promoverá mudanças na regulamentação para aumentar e endurecer as penalidades em casos de racismo".
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Nesta semana, ao menos quatro casos de injúria racial foram registradas em jogos de clubes brasileiros na Libertadores. Na terça-feira, um torcedor do Boca Juniors (ARG) chegou a ser detido no confronto com o Corinthians na Neo Química Arena, mas foi liberado após o pagamento de fiança. No mesmo dia, torcedores do Estudiantes (ARG) ofenderam torcedores do Red Bull Bragantino.
Na quarta-feira, foi a vez de torcedores do Palmeiras serem ofendidos no duelo do Alviverde com o Emelec (EQU), fora de casa. Na última quinta-feira, torcedores da Universidad Católica (CHI) também foram flagrados cometendo racismo na derrota para o Flamengo. Além da injúria racial, alguns flamenguistas foram agredidos. Torcedores do Fortaleza também sofreram com isto, no duelo com o River Plate (ARG), há duas semanas.
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VEJA O COMUNICADO DA CONMEBOL NA ÍNTEGRA
"Diante dos últimos casos de manifestações racistas ocorridos durante os torneios da CONMEBOL, a Confederação Sul-Americana de Futebol afirma o seguinte:
- A CONMEBOL considera ABSOLUTAMENTE INACEITÁVEL qualquer manifestação de racismo e outras formas de violência em seus torneios. Assume e assumirá sempre a sua cota de responsabilidade no combate a todo o tipo de discriminação. O combate a este flagelo ocupa um lugar central nas preocupações e no trabalho da CONMEBOL, o que se evidencia nas múltiplas campanhas de sensibilização e ações de grande envergadura, bem como na aplicação de sanções a quem incorrer nestas práticas desprezíveis.
- A CONMEBOL promoverá mudanças na regulamentação para AUMENTAR E ENDURECER as penalidades em casos de racismo. Também se compromete a desenhar e implementar novos programas e ações que visem banir definitivamente este problema do futebol sul-americano.
- O futebol é um difusor incomparável de valores positivos e construtivos na sociedade. Nos campos, treinos e competições, os jogadores de futebol aprendem desde cedo a respeitar seus adversários e valorizar suas virtudes, a tolerar os erros dos companheiros e ajudar a corrigi-los, a trabalhar em equipe e em união, a saber que o caminho para vitória é a do trabalho e do sacrifício. A CONMEBOL intensificará o trabalho contra o racismo e outras formas de discriminação nas CATEGORIAS FORMATIVAS.
- É preciso ressaltar que o racismo não é um fenômeno que começa e termina no futebol, que, sendo um espetáculo massivo, torna-se mais um campo de ampla visibilidade em que este e outros vícios sociais podem vir à tona. A sensação de anonimato proporcionada pelas arquibancadas esportivas leva os desajustados a desencadear seu comportamento inaceitável. No entanto, isso mudou muito nos últimos anos, pois agora é possível IDENTIFICAR CLARAMENTE OS INFRATORES E PUNI-LOS COM A MAIOR GRAVIDADE.
- Esses flagelos não serão superados se não se entender primeiro que eles devem ser atacados em todos os níveis: na educação familiar, nas escolas e faculdades, na mídia, nas organizações civis, no mundo empresarial, através das políticas públicas e certamente também em esportes.
- A CONMEBOL exorta todos os jogadores do futebol sul-americano - clubes, federações, mídia e torcedores - a REDOBRAR ESFORÇOS PARA ERRADICAR O RACISMO e outras formas de violência e discriminação e preservar o que há de mais valioso no nosso esporte: sua mensagem de camaradagem, esportividade e saúde concorrência."