A Europa sempre foi a "menina dos olhos" de todo jogador brasileiro. Nem sempre as oportunidades aparecem em jogar nas principais ligas europeias e acabam optando em brilhar pelo lado B do Velho Continente. É o caso do atacante Flamarion Jovino, de 26 anos, que defende o Dinamo Batumi, da Geórgia. Nesta temporada, o brasileiro é o artilheiro da liga georgiana, com 13 gols em 18 jogos disputados, sendo até mesmo cotado a defender a seleção nacional do país europeu.
Natural de Campo Grande-MS, Flamarion é cria das categorias de base do Palmeiras. O atacante chegou na equipe Sub-15 do Verdão e ficou até o Sub-20, quando disputou a Copinha ao lado de Gabriel Jesus, em 2014.
– Sou muito grato ao Palmeiras. Foram anos importantes que ajudaram a formar o jogador que sou hoje. Tive a oportunidade de jogar diversos campeonatos nacionais e internacionais e uma Copa São Paulo. Também tive a oportunidade de jogar com o Gabriel Jesus, e poder ver ele jogando pela Seleção foi muito gratificante, porque sabemos o quanto é difícil o mundo do futebol – disse.
Com a proposta de poder jogar na Europa, o brasileiro acabou deixando o Brasil rumo ao FK Lovcen, de Montenegro. Na época com 20 anos, o jogador fez sua estreia como profissional fora do futebol brasileiro. Ao todo pelo clube europeu, foram sete jogos e dois gols marcados.
Mas foi em 2017 que Flamarion Jovino iniciou sua trajetória na Geórgia. O brasileiro é tido como ídolo do Dinamo Batumi por ser o grande responsável pela retomada do clube no cenário nacional e internacional. No ano seguinte de sua chegada, o atacante foi quem levou o clube de volta à elite: 14 gols em 15 jogos, e o título da segunda divisão.
– Fico feliz em poder fazer parte da história do clube, trazer o clube da segunda divisão para ser campeão na primeira divisão dois anos depois, e pela primeira vez na história do clube. Será algo a ser lembrado para sempre – celebrou o brasileiro, que levou o Dinamo Batumi ao bicampeonato georgiano em 2021 e 2022.
Entretanto, em 2022 o brasileiro teve sua melhor temporada da carreira até então. Foram 35 jogos, com 21 gols, nove assistências, além da artilharia, título da liga e a premiação de melhor jogador da Geórgia.
– Eu acho que todo mundo que trabalha duro é recompensado, e não foi diferente comigo. Alcançar os objetivos coletivos e individuais foi fruto do trabalho construído desde lá de trás – frisou.
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SELEÇÃO GEORGIANA
Desde 2017 na Geórgia, o atacante Flamarion já se considera um georgiano. Com mulher e filha georgianas, o jogador possui dupla nacionalidade e, na teoria, poderia defender a seleção da Geórgia. O único entrave, no entanto, é que o jogador deveria atuar cinco anos seguidos no país. Porém, em 2021, o brasileiro foi emprestado ao Rotor Volgograd, da Rússia,
Mas a Federação Georgiana de Futebol alega o fato do jogador ter ido por empréstimo, e não em definitivo, ao clube russo, e entrou com uma ação na FIFA para poder regularizar a situação do brasileiro para ser convocado à seleção nacional.
– Acho que profissionalmente e pessoalmente seria uma coisa muito boa. Todo jogador tem o sonho de jogar pela sua seleção, por mais que não seja a seleção brasileira, seria um privilégio e uma honra poder defender as cores da Geórgia um dia. E hoje com minha esposa georgiana, filha georgiana, a Geórgia se tornou uma segunda casa para mim literalmente.